Arte e Exposições

Literatura

Música

Ativistas fazem ato para pedir inclusão da cultura LGBTQIAP+ no Plano de Cultura de Salvador

Genilson Coutinho,
12/12/2021 | 22h12
Fabiane Galvão uma das estrelas da arte transformista de Salvador (Foto: Genilson Coutinho )

Nesta segunda-feira (13), em Salvador, haverá luta e cobranças por parte das militâncias LGBTQIAP+, que irão promover um ato na frente da Câmara de Vereadores, para pedir a aprovação da cultura LGBTQIAP+ no Plano de Cultura de Salvador.
O Plano foi para votação, mas a bancada evangélica não concordou com a inclusão da Cultura LGBTQIAP+ no texto do projeto.
Desde o último dia 7 a votação foi adida, e nesta segunda (13), voltará para votação no plenário da Câmara.
Diante das negativas da bancada evangélica, os ativistas estarão presentes para pedir uma solução e aprovação do processo, por parte dos vereadores aliados da causa LGBTQIAP+.
O ato vai acontecer às 12h, na frente da Câmara de Vereadores.
Essa luta é de todos, todas e todes!

“Cultura LGBQIA+ existe e precisa ser reconhecida no Plano Municipal de Cultura”, defende o vereador Sílvio Humberto

O projeto, elaborado pelo Executivo, chegou à Câmara em junho, recebeu 35 emendas e teve 12 acatadas. A expectativa é de que seja votado na segunda-feira (13). A matéria defende como estratégia promover a diversidade cultural, com apoio e financiamento, como vetor de desenvolvimento econômico para a cidade. O plano vai vigorar pelos próximos dez anos e passará por reavaliações a cada dois anos.

Co-vereadora Laina Crisóstomo chora em púlpito na Câmara, após evangélicos tentarem barrar trecho sobre LGBTs de projeto

Para o doutor em Comunicação e Cultura e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Leandro Colling, a cultura LGBTQIA+ é uma realidade presente no campo artístico, antropológico e econômico da cidade.

“É claro que existe uma cultura LGBTQIA+. Existe um plano de produções artísticas que foi desenvolvido na história da comunidade, como por exemplo as ações envolvendo drag queen, travestismos e transformismos. São práticas e manifestações artísticas que foram criadas dentro da comunidade”, afirmou.

Xuxa se revolta com bancada evangélica de Salvador: ‘Deus não é preconceituoso’

Ele citou Madonna e a série Pose (Netflix) como dois exemplos atuais de influências da comunidade e apresentou outra perspectiva.

Colling acredita que a negação dessa cultura é uma cortina de fumaça que esconde preconceitos sobre a comunidade. Ele defendeu o Plano Municipal de Cultura, disse que o texto não discute a questão conceitual, mas políticas públicas, e que a sociedade não pode negar a realidade.

“Vamos inverter a pergunta: alguém duvida que existe uma cultura negra em Salvador? Quando não queremos marcar é porque não queremos reconhecer as contribuições históricas daquele grupo para a construção da cultura. É uma estratégia para apagar a existência dessas pessoas e um subterfúgio para impedir a elaboração de políticas públicas no campo da cultura para o respeito a diversidade sexual e de gênero”, disse.