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‘Cultura LGBQIA+ existe e precisa ser reconhecida no Plano Municipal de Cultura’, defende o vereador Sílvio Humberto

Genilson Coutinho,
08/12/2021 | 09h12

O vereador Sílvio Humberto (PSB), relator do Plano Municipal de Cultura de Salvador, explicou, através de participações em entrevistas de rádios e sites baianos, o embate travado pela bancada evangélica em torno do termo “Cultura LGBTQIA+”, contido no texto do projeto em trâmite na Câmara de Vereadores.

Para o edil, Cultura LGBT existe e o PMC precisa delimitar este lugar a fim de reparar grupos historicamente invisibilizados. “A Parada Gay, os festivais de drags, dentre outros, são movimentações artísticas próprias, expressões e comportamentos específicos da comunidade LGBTQIA+. Não se pode ignorar a existência desse grupo, o que precisa ser feito é garantir direitos”, defendeu.

Na compreensão do edil, é imprescindível que agentes públicos e políticos reconheçam a cultura LGBT e rasure a lógica cisheteropatriarcal das políticas. “É fundamental contrapor a ideia que “LGBT não é cultura e sim opção sexual. Opção de sexualidade dissidente da heterossexualidade compulsória não existe!! Se reconhecer enquanto LGBT é ir de encontro às convenções sociais de sexualidade e identidade, e se colocar enquanto agente político também perpassa em atuar considerando a diversidade”, afirmou.

Após três anos de elaboração pela Fundação Gregório de Mattos e cinco meses de trâmite, Humberto espera que o PMC seja votado nesta semana. “A falta de entendimento é a trava para a votação de um projeto que contou com escuta ativa de grupos culturais diversos e da sociedade em três audiências públicas. Todas as emendas apresentadas foram acatadas com o objetivo de aprimorar amplamente a proposta”, explicou.

Se aprovado, o PMC terá validade de dez anos em Salvador, com metas a serem implementadas a partir de janeiro de 2022.