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Sam Smith, Adam Lambert e Elton John levam orgulho gay a Rock in Rio

Genilson Coutinho,
30/07/2015 | 10h07
Sam Smith, Elton John e Adam Lambert, atrações do Rock in Rio 2015, em setembro  (Foto: Reuters, AP e G1)

Sam Smith, Elton John e Adam Lambert, atrações do Rock in Rio 2015, em setembro (Foto: Reuters, AP e G1)

Três das principais vozes do Rock in Rio 2015 são ouvidas tanto em músicas quanto na luta por direitos dos homossexuais. Sam Smith, Adam Lambert e Elton John costumam falar abertamente sobre a própria homossexualidade e sobre o ativismo da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). O desabafo de Sam Smith nas redes sociais nesta quarta (29) mostra esta postura dos cantores

Sam Smith desabafou contra a homofobia nesta quarta-feira (29) nas redes sociais. Ele elogiou o filme “Holding the man”, adaptação da autobiografia do ator e ativista australiano Timothy Conigrave. “Como homem gay, é difícil me identificar de verdade com um filme. A coisa mais poderosa foi retratar como é crescer sendo gay, e os momentos assustadores e incríveis que tive ao me assumir”.

Ele continuou o desabafo no Twitter: “Fico tão chateado ao pensar nas centenas de milhares de homens e mulheres gays no mundo que passam tanta dificuldade só por querer amar quem eles amam. Isso me deixa tão triste e às vezes culpado por ter essa simples liberdade que outros não têm. Desculpe ser tão profundo, mas isso me mata. Eu não entendo o porquê de mais de nós não fazermos nada a respeito”, escreveu.

O grande vencedor do Grammy de 2015 dedicou os prêmios ao “homem que partiu seu coração” e inspirou o disco de estreia, “In the lonely hour”. “Eu tenho orgulho de ser gay”, ele disse à revista francesa “Têtu”. “Quero me tornar uma voz para jovens gays em dificuldade no mundo”, afirmou. Depois, ele brincou: “Gosto da ideia de que podem haver caras homofóbicos que escutam meu disco e não imaginam que sou gay!”

Adam Lambert foi o primeiro artista abertamente gay a estrear um disco direto no primeiro lugar na parada da “Billboard”, nos EUA. A façanha foi alcançada com “Trespassing”, em 2012, seu segundo álbum do vice-campeão de “American idol”.

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O cantor convidado do Queen afirmou ser gay pela primeira vez após a fama à revista “Rolling Stone” em 2009. Mas ele não acha que foi exatamente uma “saída do armário”. “Eu não acho que deve ser uma surpresa para ninguém ouvir que eu sou gay”, disse.

Ele é um dos músicos mais ativos na luta por direitos LGBT, e ganhou a premiação GLAAD, que destaca artistas ativistas. Adam Lambert diz que já trocou ideias com Sam Smith sobre como é ser gay na mídia. “Há uma compreensão entre mim e Sam”, diz à revista “Attitude”. “Mas há poucos de nós no mainstream. Acho que estamos formando um grupinho”.

Em uma época ainda mais difícil para os homossexuais, Elton John não declarou ser gay tão cedo na carreira quanto Sam Smith e Adam Lambert. Em 1976, ano de seu 11º disco, ele disse à revista “Rolling Stone” ser bissexual.

Ele ainda se casou com uma mulher em 1984, e se separou em 1988, antes de dar outra entrevista para a revista se dizendo “confortável em ser gay”. Em 1993, ele iniciou namoro com David Furnish. Eles formariam uma das primeiras uniões civis gays no Reino Unido.

Em 2014, o cantor disse que o Papa Francisco é seu “herói”, depois do anúncio de que os homossexuais eram aceitos na Igreja Católica. Para o britânico, o papa “quer que todo mundo seja incluído no amor de Deus”.

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Hoje ativista, ele criou a AIDS Foundation. Ele declarou em 2014 à Sky News que, se Jesus Cristo fosse vivo, apoiaria o casamento gay.  Elton John também se engajou na denúncia à perseguição dos homossexuais na Rússia, enfrentando publicamente Vladimir Putin.