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Presidente do Grupo Gay da Bahia defende deputado acusado de transfobia

Redação,
12/03/2023 | 17h03
(Foto: Reprodução)

O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luiz Mott, usou as redes sociais na quinta-feira (9) para defender o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), acusado de transfobia. No Dia Internacional da Mulher, celebrado na última quarta-feira (8), o parlamentar usou uma peruca para discursar na tribuna da Câmara dos Deputados e dizer que se sentia uma mulher transsexual.

Embora o Ministério Público Federal (MPF) tenha pedido para a Câmara investigar o deputado por transfobia, Mott afirmou que Nikolas não cometeu crime. “Tenho insistido que não basta ter identidade de gênero feminina ou se sentir mulher para usar wc feminino. Tem de ostentar papel de gênero feminino, estereótipos femininos culturalmente identificados pelas próprias mulheres, medida crucial para proteger as mulheres de assédio machista. esse deputado não cometeu crime algum! Discurso transfóbico ‘oscambau'”, diz a publicação. 

O posicionamento do presidente do GGB gerou uma onda de críticas na internet. Em entrevista ao Farol da Bahia, Mott defendeu sua postura. “Considero que a opinião deste deputado a respeito das transexuais e da transexualidade não constitui um crime, muito menos um ilícito ético para ser julgado pela Câmara”, reforçou.

“O que ele [Nikolas] falou corresponde à realidade. Não basta um indivíduo se considerar mulher e dizer que tem identidade feminina se ele socialmente continua aparecendo e vivendo como um homem. A sociologia e a antropologia distinguem a identidade de gênero, que é o que a pessoa sente, e o papel de gênero”, continuou.

“Não basta o indivíduo dizer que é mulher, mas continua usando barba e estereótipo masculino. É a mesma coisa que um branco dizer que tem identidade negra. Como ele vai dizer que foi vítima de racismo se ele não tem o estereótipo e o fenótipo da raça negra? Apesar de nós sermos solidários com todas as travestis e transexuais, neste caso é fundamental que para usar um banheiro feminino se apresente como mulher”, concluiu.

Neste domingo (12), o presidente do GGB voltou a comentar sobre o assunto em seu perfil do Instagram. “Para ser socialmente reconhecida como mulher, e frequentar wc e espaços privativos de mulheres, não precisa ter útero, vagina, seios nem sequer identidade feminina: precisa vivenciar PAPEL DE GÊNERO culturalmente reconhecido pelas próprias mulheres. Não basta se dizer mulher. Uma drag queen, transformista, vestidos de mulher podem usar sanitário feminino, idem travestis que não se consideram mulher”, publicou.

*Com informações do Farol da Bahia.