HIV em pauta

Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas luta há mais de duas décadas contra o machismo e fortalece a voz das mulheres vivendo com HIV/aids

Genilson Coutinho,
05/03/2024 | 13h03
Foto: Divulgação

No mês de março, também conhecido como mês da mulher, a Agência Aids celebra e relembra as vitórias e desafios enfrentados por todas as pessoas que se reconhecem como mulher. Em todo mundo, as pessoas param em março para homenagear aquelas que vieram antes, as que já se foram e as que continuam lutando por direitos básicos e igualdade de oportunidades, como o direito à saúde, de votar, estudar, trabalhar com dignidade, capacidade de escolha e autonomia, entre outros.

Este também é momento de reconhecer e homenagear aquelas vozes femininas que trabalham incansavelmente para garantir que as mulheres vivendo com HIV/aids não fiquem para trás.

Já pensou em um mundo que reconheça e valorize o esforço diário das milhões de mulheres que enfrentam o HIV/aids com coragem e determinação? É por ele que o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) luta todos os dias há mais de duas décadas.

O MNCP é uma organização pioneira na promoção do fortalecimento de mulheres negras, brancas, indígenas, cis ou trans vivendo com HIV/aids no Brasil. Nasceu na década de 1990, quando um grupo de mulheres vivendo com HIV se reuniram pensando em como enfrentar os desafios e combater a sorofobia, o machismo, sexismo e misoginia. Naquele contexto da história, havia uma ‘feminilização da epidemia de aids’, as taxas de infecção estavam aumentando entre as mulheres.

A missão de unir e empoderar mulheres, independentemente de credo, orientação sexual, raça, cor, orientação político-partidária e identidade de gênero, é um legado que o MNCP carrega desde então, buscando sempre promover a diversidade e a voz feminina dentro do movimento de luta contra a aids e em outros espaços decisórios.

O movimento brasileiro que defende a proteção dos direitos das mulheres vivendo e convivendo com HIV/aids reivindica não só o acesso à prevenção, tratamento, mas também aborda outras questões relacionadas ao HIV que impactam o bem-estar das mulheres HIV+.

Neste momento, as cidadãs positivas estão concentrando suas forças em uma grande campanha pela cura do HIV, por meio da campanha #CuraJá. O objetivo é reunir várias vozes de diferentes frentes para pressionar o poder público por mais investimentos em pesquisas e desenvolvimento de tratamentos que possam levar à cura definitiva do vírus. A campanha busca sensibilizar a sociedade e as autoridades sobre a importância desse tema e a urgência de encontrar uma solução para acabar com o HIV/aids.

Uma das principais atuações do MNCP é a educação e conscientização. O movimento promove com e para mulheres de todas as regiões do Brasil informações sobre saúde e letramento em direitos humanos. Por meio de mobilização e advocacy com incidência nacional e internacional, combate o estigma e a discriminação, participando ativamente de debates públicos e na construção de campanhas de conscientização, influenciando na tomada de decisão e na construção de políticas públicas que contemplem as mais variadas mulheres vivendo HIV.

‘‘A existência do MNCP diz sobre a plenitude dos direitos humanos conquistados passo a passo na vida das mulheres HIV/aids ao longo de 20 anos’’, diz Nair Brito, ativista e uma das fundadores do movimento.

Mulheres vivendo com HIV que desejam integrar o MNCP, têm a oportunidade de participar de encontros nacionais, workshops, atividades de empoderamento, treinamentos, entre outros, ajudando nos processos decisórios e fortalecendo a resposta nacional à epidemia de aids.

Para participar, a organização disponibiliza em seu site oficial um formulário, basta preenchê-lo. As informações são tratadas com total confidencialidade.  O Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas assegura não vender, divulgar ou compartilhar quaisquer dados pessoais.