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Adeloyá Magnoni fará exposição sobre candomblé na Itália

Genilson Coutinho,
04/07/2019 | 17h07

Foto: Adeloyá Magnoni/Divulgação

Justamente em um momento político do nosso país onde as religiões de matrizes africanas vem sistematicamente sofrendo ataques em sua isonomia, Adeloyá Magnoni, fotoativista radicada na Bahia, que atualmente é uma grande referência em fotografia de Candomblé, lançará nesse final de semana sua primeira exposição fotográfica na Europa. A parceria com o produtor italiano Tommaso Santostasi, admirador do Brasil e da cultura afro-brasileira, leva para Roma, a Mostra “O Sagrado na Bahia”, onde 16 fotos do Candomblé soteropolitano ficarão expostas no Centro Cultural Capoeira & Artes na capital italiana.

As fotos dessa mostra são do começo da carreira da fotógrafa, realizadas em 2014 na Casa do Mensageiro do Babalorixá Rychelmy Esutobi. São carregadas desse amor quase tangível que torna suas imagens tão marcantes. Encampando a luta antirracista, a fotógrafa sempre ratifica seu compromisso no combate contra o racismo religioso e usa sua arte para acessar as pessoas, na intenção de ressignificar o olhar sobre os Òrìsàs e as religiões afro-brasileiras. A entrega e a sensibilidade aguçadas garantem um trabalho diferenciado que sempre mexe de forma profunda com o expectador, mostrando a beleza estética, cultural e religiosa das divindades e festividades nos terreiros da Bahia. Tommaso Santostasi também assina a curadoria da Mostra.

Adeloyá Magnoni é foto-ativista, usa o trabalho fotográfico sob um olhar antropológico de forma a dar voz e visibilidade às diversidades sexuais, de gênero, afro-religiosas, sociais e étnicas. É Candomblecista, filha de Exu e Yansã, bissexual, antirracista e feminista interseccional. Acredita na fotografia como portal que acessa a todos independente do idioma, e a utiliza como elemento mobilizador de empatia através da arte.