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Tinder incluirá “trans” como opção de gênero

Genilson Coutinho,
07/06/2016 | 00h06

Sean Rad, CEO do Tinder, durante Code Conference

O aplicativo de relacionamento Tinder anunciou neste início de mês uma novidade pra lá de interessante que virá já na sua próxima atualização: a possibilidade dos usuários se identificarem nas “opções de gênero” como transexuais. Até hoje a ferramenta só dava as opções “Mulher” e “Homem”.

A inovação foi revelada na ultima quinta-feira (2), pelo CEO do Tinder Sean Rad, que classificou a atitude como mudança para resolver uma pendência com a comunidade trans, até então deixada de lado pelo app. “Por muito tempo nós não temos feito o suficiente para lhes garantir uma boa experiência. É mais difícil para eles conseguirem o que estão procurando. Nós temos que modificar nossa experiência para lidar com isso”, afirmou.

A transexual baiana Paulett Furação comemorou a notícia. “Sem duvida é muito importante ações como essas, pois elas contribuem para rompermos a barreira dos preconceitos e ao mesmo tempo dão mais visibilidade à comunidade e abrem novos caminhos. Fico feliz com atitudes como essas que vêm somar na luta por igualdade e respeito para as mulheres e homens trans. Parabenizo e vibro com cada atitude em prol das conquista da população trans”, pontua.

Mulher Abacaxi, Carol Marra, Vitória Guarizo e Tereza Brant (Foto: Divulgação | EGO | Instagram)

Para comentar a decisão, o EGO ouviu alguns trans famosos, que  em sua maiorira aprovaram a novidade. Confira:

Tereza Brant: “Eu não tenho o Tinder. Uma vez baixei, mas não cheguei a usar o aplicativo. Nada contra a proposta do Tinder, de diversificar as opções na escolha do gênero e sexo. Eles estão buscando melhores maneiras de atender ao público. Por ser um aplicativo bem pessoal, o usuário que cria o perfil vai se sentir mais confortável em escolher uma opção que lhe agrade mais, digo em relação a como se sente.  É uma evolução, eu diria. Provavelmente estão sendo os primeiros a darem um passo na aceitação da sociedade quando se trata das variedades.”

Marcela Porto, a Mulher Abacaxi: “Acho uma  boa. Inclusive o meu Tinder só tem a opção de homem ou mulher. Coloquei mulher, porque se colocar homem é para procurar mulher. Tive que colocar mulher para procurar homem. O outro aplicativo, o Badoo, tem o mesmo problema que o Tinder. Ou é mulher ou é homem. Não tem opção de transex, de gênero, de homossexual… É ruim isso. Acho a iniciativa do Tinder maravilhosa.”

Carol Marra: “Não sei o que acho a respeito disso. Se a partir do momento você se percebe como mulher, não tem que sair por ai dizendo sou mulher, sou trans. Não uso o Tinder com o intuito de encontrar ninguém. Ali me sinto como um cardápio humano. Não acho que o aplicativo é o lugar ideal para se achar um relacionamento. Ali é para um sexo fácil, digamos. Para se achar alguém para um relacionamento é uma coisa muito séria. Está complicadíssimo. Acho legal a iniciativa porque facilita o contato, mas me sinto uma mulher. Não tenho que me justificar a todo momento: ‘Sou uma mulher trans…”.

Vitória Guarizo: “Por mais que algumas pessoas pensem ‘ah, que banalidade, que fútil’, isso é muito importante. Abre as portas para a informação, muitas pessoas ainda não se encontraram, não se encaixam nos padrões da sociedade. Estes ‘novos gêneros’ sempre existiram, só não ouvíamos falar sobre. Temos os gêneros binários: é a pessoa que se identifica estritamente com o gênero feminino ou gênero masculino, e os não binários: pessoas que não se identificam nem 100% com o gênero feminino e nem 100% com o masculino (andróginos, agêneros…). Fico feliz em ver que estão abrindo os olhos para as diferenças.”

Paulett celebrou a atualização/ Foto: Genislon Coutinho