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Pabllo Vittar: Um cometa com calda de Arco Íris

Genilson Coutinho,
02/01/2018 | 00h01

Por Genilson Coutinho*

Na velocidade de um cometa, espalhando alegria, em meio aos meteoros de críticas e elogios, a passagem de PABLLO VITTAR, da internet para vida real, tem que ser muito  celebrada por todxs nós LGBT, mesmo que muitos digam ela ou ele, isso não importa em nada. A sua presença na mídia trouxe, em 2017, visibilidade e ocupação de espaços, dos pequenos palcos a grandes espetáculos,  mesmo em meio a toda crise econômica, fora Temer e lava-jatos. Ela venceu a barreira do preconceito e hoje, sem dúvidas, para mim, é a grande estrela do ano.

Ainda vão dizer que ela nao canta, yuke?  A energia e a alegria que VITTAR causa transcende tudo isso, passa para um coral infinito de felicidade e representatividade e por que não, exemplo, sim, pois cada um encontra a tampa da sua panela e sabe a dor e delícia de ser o que é.

Quem imaginaria, em um Brasil que, em 2017, matou mais 400 LGBT, veria uma Drag no horário nobre da globo, ganhando prêmio no Domingão do Faustão, um dos programas mais chatos da TV brasileira,  cantando no matinal “Encontro”, e tantas outras aparições. Já escutei poucas e boas sobre essas conquistas, mas para mim o importante é me ver naquele lugar e ser representando por uma Drag vindo do Maranhão, parafraseado a célebre frase de Graciliano Ramos, “O nordestino é, antes de tudo, um forte.” Isso é motivo para celebrar sim senhor! Sem falar que el@ chegou a todas as rádios do Brasil, das clássicas às mais populares, sem pagar jabás, e lá estão suas canções na boca do povo, nos bares da pereiferia, nas festas de formatura, ou melhor, onde tem festa, toca Vittar. Dia desse, um amigo me ligou, aos berros: bicha, estou passada, acabei de escutar Pablo VITTAR na Piatã FM. Respondi: relaxe mana, esse é apenas um de muitos lugares em que ele tem feito uma revolução silenciosa através da sua música. Outro dia também me perguntaram como explicar a uma criança que aquela loira se chama Pablo, e não Pablla. Apenas sorri e disse relaxe, as crianças são assertivas em suas palavras e verdadeiras em suas ações, essas dúvidas estarão apenas na sua cabeça. Já para elas é motivo de diversão e muita dança, do K.O. ao Corpo Sensual, com a tranquilidade e prazeres da infância.

Sobre a polêmica que canta ou no canta, não tenho preocupações sobre o assunto, escuto críticas e horrores, mas todas estão lá, exibindo seu corpo sensual, ou não, ao som da cantora. Preconceito, criticas ou simplente o tribunal das redes sociais em seus julgamentos diários, não irão tirar a importância deste artista, no que tange representatividade,  visibilidade e ocupação de espaço.

Ufa! Não vou me alongar, não conseguiria acompanhar a maratona do furacão colorido, nos quatro canto do país.

Feliz Ano Novo!

*Genilson Coutinho é militante LGBT e editor chefe do Dois Terços – O site de Noticias LGBT da Bahia