Nininha Problemática lança novo hit; assista
Nininha Poblemática, 21 anos, é negra, periférica, cheia de talento e com muito desejo de vencer a luta contra o preconceito, e fortalecer a visibilidade da favela por meio da sua música. E ela não para com sua inquietação e muita criatividade, para verbalizar a voz da favela no cenário baiano e nacional.
Nininha lançou, neste fim de semana, a canção “No Paredão”, o primeiro single da drag, que é a única que representa o pagode baiano, e que aos poucos vai conquistando seu espaço no cenário dos grandes nomes da cena drag do Brasil.
A canção tem como inspiração as festas que ocorrem nos finais de semana na periferia de Salvador, que foi batizada de “Paredão”.
Em conversas com o Dois Terços, Nininha contou um pouco sobre o seu trabalho e suas referências: “Demorei mas aqui estou eu, tô me lançando no cenário da Drag Music, que é bem representado pela Pabllo Vittar, pela Glória Groove, Aretuza, Lia Clark, que inclusive amo, mas eu sentia falta de algo nosso nesse grupo aí, porque uma faz pop, outra é rapper, outra é do funk , mas e o nosso som? Cadê? Cadê o pagodão, cadê o axé? Então resolvi meter a cara, mas eu não queria apenas alcançar o público LGBT, eu queria que a favela me ouvisse, até porque eu sou da favela, eu sou do pagode, foi aí que tive a ideia de fazer uma versão baiana da música “Crazy in Love”, da Beyoncé. Comecei com uma letra pro refrão e pedi a ajuda do meu amigo Ariel, que é um compositor foda daqui de Salvador. Ele me ajudou na letra e eu fiquei alucinada. Aí comecei a caçar um produtor que entendesse do assunto, que entendesse do pagode, e foi aí que conheci o Bobby DJoy, que entrou nessa aventura comigo, misturou o pagode com o eletrônico e ficou um som incríve”, conta ela.
Sobre a inspiração da nova canção, ela revela que nasceu dos paredões em Salvador, que é um grande laboratório de aprendizados para compor: “Como na letra eu queria uma vivência real da comunidade de Salvador, que no caso seria a festa de paredão, que tem muito nas comunidades soteropolitanas, o clipe não poderia ser diferente, então depois que recebi a música finalizada, fui atrás de produzir o clipe junto com minhas produtoras, procurando referências, parcerias, apoio, fiz o roteiro e metemos a mão na gravação, em parceria com o a produtora SaturNema”, revelou Nininha.
Questionada como está o coração com o lançamento do single, e da participação dos moradores de Sete de Abril, bairro onde a diva reside, ela revela: “eu tô muito feliz enquanto artista, em poder dar voz à comunidade LGBT da favela, fiz questão de por artistas de comunidade na produção, meu ballet é so de gays negros, o clipe foi gravado no meu bairro, em Sete de Abril, tive apoio de toda a comunidade, e tô bem feliz com o resultado. É só o começo. Nininha acaba de fazer um ano de criada e me sinto muito feliz em saber que as pessoas se inspiram em mim quando se fala em motivação, e não desistir dos sonhos”, contou ela.
Assista ao clipe: