Natura Musical apresenta Festival Latinidades 2023 em Salvador

Salvador, julho de 2023 – Salvador é a quarta capital a receber a 16ª edição do festival Latinidades, entre os dias 29 e 30 de julho, na Praça Quincas Berro D’Água, Pelourinho. Com patrocínio de Natura Musical e apoio do Unfpa, do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial dos Povos e Comunidades Tradicionais, Secretaria de Cultura e Secretaria de Turismo, o evento é responsável por ampliar a visibilidade do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha no Brasil e chega à capital baiana com o II Concerto Internacional contra o Racismo: Pelos Direitos das Mulheres Negras. O evento já passou por Brasília, entre os dias 6 e 9, Rio de Janeiro, no dia 15, São Paulo, de 21 a 23, e encerra em Salvador, neste final de semana, 29 e 30 de julho.
Considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina, envolvendo anualmente todas as regiões brasileiras, com crescente participação internacional (mais de 20 países), o Latinidades é uma iniciativa continuada de promoção de equidade de raça, gênero e plataforma de formação e impulsionamento de trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação.
Idealizado por Jaqueline Fernandes, o Latinidades é um encontro multilinguagens que busca desenvolver diálogos com o poder público e com organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. É um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento de racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.
Tendo a arte e cultura como ferramenta de ações para promover a igualdade de raça e gênero, o Festival Latinidades aposta na programação cultural com atrações nacionais e internacionais em sua edição baiana. O programa se inicia com a Banda Panteras Negras e Slam das Minas Bahia na Praça Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, e segue com Vox Sambou e com ENIO IXI.
Na parte musical, terão grandes destaques como Slam das Minas, Banda Panteras Negras, Samba Ohana, La Dame Blanche, Rocky Dawuni, Shirley Campbell, William Cepeda e Masauko Chipmbere.
Também a vida econômica e social foi incluída no planejamento do Latinidades, que terá uma área reservada para a Feira de Empreendedorismo Negro, apresentando conteúdos, produtos e serviços de empreendedores pretos.
O Festival Latinidades foi selecionado por Natura Musical, no Edital 2023, ao lado de nomes como Brisa Flow, Stefanie, Cantos Sagrados Kariri-Xocó, Circuito Manacaos, Malka Julieta e Quilombo Groove. Ao longo de 18 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 600 projetos, entre nomes consagrados como Emicida, Russo e Antônio Carlos e Jocafi, Dona Onete e João Donato; artistas em ascensão como Linn da Quebrada, Rico Dalasam; e projetos de registro e fomento de cenas, como Os Tincoãs e Mostra Pankararu de Música.
Além do patrocínio Natura Musical, a edição 2023 tem apoio do Centro Cultural São Paulo, Museu das Favelas, Instituto Ibirapitanga, Fundação Ford e Agência Lema.
Sobre o tema Bem Viver
A noção de Bem Viver tem a ascendência mais conhecida nos povos originários Aymara e Kichwa e encontra ressonância nos modos de viver dos povos da floresta e povos tradicionais da América Latina. O conceito de Bem Viver vem, cada vez mais, ganhando força em toda a região e confronta diretamente o modelo vigente desenvolvimentista e exploratório da natureza e dos seres humanos.
Desde a Primeira Marcha de Mulheres Negras, idealizada pela ativista paraense Nilma Bentes e realizada em 2015, as pautas do Bem Viver têm sido fortemente incorporadas às agendas dos movimentos de mulheres negras.
A 16ª edição do Festival Latinidades vai promover debates sobre a importância de construir a cultura do Bem Viver, a partir da produção artística, ativista e intelectual de mulheres negras, irmanadas com as mulheres indígenas. Um Bem Viver que alcance todas as pessoas e que paute um conjunto de práticas integrativas, de direitos transversais e diálogos com as políticas públicas, as espiritualidades, os cuidados e autocuidados, saúde mental, direitos e saberes das comunidades tradicionais ameríndias, africanas e negras em diáspora.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma cultural da marca Natura que há 18 anos valoriza a música como um veículo de bem estar e conexão. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu mais de R$ 190 milhões no patrocínio de mais de 600 artistas e projetos em todo o Brasil, promovendo experiências musicais que projetam a pluralidade da nossa cultura. Em parcerias com festivais e com a Casa Natura Musical, fomentamos encontros que transformam o mundo. Quer saber mais? Siga a gente nas redes sociais: @naturamusical.
Programação – Salvador (BA)
SALVADOR
29 e 30 de julho
Locais: Praça Quincas Berro D’Água, Pelourinho
29 de julho, sábado
Shows do II Concerto Internacional Contra o Racismo – Pelos Direitos das Mulheres Negras, 29/7
Praça Quincas Berro D’Água, Pelourinho
16h30 às 17h30| Banda Panteras Negras + Slam das Minas Bahia
Atrações:
Banda Panteras Negras é a primeira banda instrumental formada por mulheres negras e LGBTQI+ do mundo. Diretamente de Salvador/Bahia, Panteras Negras foi criada a partir da necessidade de evidenciar a invisibilização e fomentar a produção de mulheres negras na música instrumental. O nome da banda é uma homenagem ao movimento revolucionário que surgiu nos EUA, em 1966, pela autodeterminação do povo negro. O grupo tem uma formação base com quatro instrumentos, percussão, bateria, guitarra e baixo. As instrumentistas Dedê Fatuma, Line Santana, Suyá Synergy, Juli Almeida, Aiala São Luís, Alana Gabriela, Adriane Campos, Makena, Talita Felicio, Taís Feijão, Ticiana Belmonte, Riane Mascarenhas e o músico homem transnegro Ziati Comazi são instrumentistas que passaram e passam pela banda, afirmando o movimento em que o grupo se transformou.
A trajetória musical envolve aprendizagem técnica e autodidata revelando identidades e caminhos diversificados. Cada artista contribui para a elaboração de uma obra musical autoral revolucionária que extrapola os limites de um sistema que silencia a produção negra. Sintonia de encontro com estruturas rítmicas e harmônicas já ecoam em sonoridade afro, afoxé, samba-reggae e música afro-cubana. Entre cada canção, apresentam na fala e no coro vocal um diferencial que ecoa suas músicas autorais. As vozes refletem vivências e realidades de corpos. Trata-se de um improviso livre, que faz de cada performance uma experiência única. São as vozes silenciadas de um povo que tem muito a dizer.
O Slam das Minas BA surgiu em 2017 com a proposta de criar um espaço que proporcione o protagonismo das mulheres negras e periféricas na literatura através do slam. Desde então, as slammasters e organizadoras do projeto – Fabiana Lima, Ludmila Singa, Sofia Canário e Tamires Almeida – vêm realizando batalhas de slam em diversos espaços da cidade de Salvador, das quais, anualmente é selecionada uma slammer para representar a Bahia no Slam BR. Desde o seu surgimento, o Slam das Minas vem ganhando cada vez mais reconhecimento do público como um espaço de acolhimento, fortalecimento e potencialização das vozes femininas. O Slam das Minas é uma rede nacional e a nossa sede nasceu em 2017 em Salvador (BA) após ter sido idealizada em 2015 no Distrito Federal por Tatiana Nascimento e ter ido para São Paulo em 2016 através de Mel Duarte e Luz Ribeiro.
17h30 às 18h20 Vox Sambou (Haiti) + ENIO IXI
Vox Sambou é um dos artistas contemporâneos mais representativos do Haiti. No Festival Latinidades vai lançar o álbum We Must Unite, uma homenagem à diáspora africana. É tanto uma fusão de ritmos tradicionais haitianos e ritmos de candomblé do Brasil quanto está conectado ao próprio som de Vox Sambou enraizado no hip hop, reggae e afrobeat.
19h40 às 20h50 | La Dame Blanche (Cuba)
21h às 23h | Rocky Dawuni + Shirley Campbell + William Cepeda + Masauko Chipmbere
Rocky Dawuni, Ghana – cantor, compositor, produtor e ativista, duas vezes indicado ao Grammy.
Shirley Campbell, Costa Rica – antropóloga, ativista e poeta afro-costarriquenha, vencedora de prêmio internacional por seu poema Rotundamente Negra.
William Cepeda, Puerto Rico – compositor, produtor e músico instrumental, quatro indicações ao prêmio Grammy.
Masauko Chipembere, EEUU/Malawi – cantor e compositor, produtor, editor de música de jazz e ativista renomado.
30 de julho, domingo
Pelourinho
17h |Samba Ohana
O gosto pelo bom e velho samba, samba de Raiz, samba de terreiro, samba de pé no chão, essa é a bandeira do Samba Ohana. A ideia de criar o grupo surgiu a partir de encontros. As meninas costumam sair juntas para aproveitar a noite e, nessas saídas, a companhia de algum instrumento musical era certa. Em um desses encontros, num bar do Bairro de Cajazeiras, elas começaram a fazer um samba, e o som estava tão bom que chamou a atenção da galera que, no mesmo instante, passou a interagir e pedir música…
A palavra Ohana que tem origem havaiana significa família. Como esse já era o nome do grupo de WhatsApp que tinham, desde o começo dessa amizade e perdura até hoje, ficou fácil. E assim, como numa dessas surpresas que o destino nos reserva, surgiu o Samba Ohana no dia 5 de maio de 2019. Um samba essencialmente de mulheres, que defende as bandeiras do feminismo, das pautas antirracistas e dos grupos LGBTQIA+, buscando promover as minorias e ser mais uma voz nesse universo onde o silêncio insiste em se fazer presente.
Integrantes:
•Marcela Guedes – vocal e multi-instrumentos
•Marília Santana -percussão geral e backing vocal
•Luisa Cristina – contrabaixo e violão
•Manu Lima – percussão
•Maria Fernanda – percussão geral e backing vocal
• Mariane Santos – percussão geral
•Tacila Almeida – cavaco
•Liliane Cruz – teclado
Atividades Formativas
29 de julho
Encontro de Juristas Negras – Juristas Negras m Roda
Realização: Juristas Negras
Local: Museu Eugênio Teixeira Leal, Pelourinho
Das 10h às 17h30
14:00 Mesa de Abertura – Juristas Negras e SEPROMI
14:30 Mario Omar – Contação de história
15:00 Mesa 1 – Racismo na infância – Um olhar para-a maternidade negra
Denise Ferreira (TJBA/CNJ), Delina Azevedo (MPBA), Luciana Rodrigues (IJN), Priscila Cardoso (JusBrasil)
Atração cultural: Gab Ferruz
16:20 Mesa 2 –Mulheres e Cárcere: A liberdade é uma luta constante.
Jussara Santos (delegada da Polícia Civil aposentada e membro do IJN) Luciene Santana, Rizia Maelle, Elaine Paixão.
17:00 Mesa 3 – Arte, Justiça e Ancestralidade
Lívia Santana Vaz (MP-BA) Lívia Natália (escritora) Maria Alice ( IJN)
18h Encerramento Gab Ferruz
30 de julho
Local: Museu Eugênio Teixeira Leal, Pelourinho
8h45 Mesa De Abertura
9h45 Mesa 1 – Desafios da democracia no Brasil: violência política de gênero e raça na Política
Ana Georgina (DIEESE), Eliana Gonzaga (Prefeita de Cachoeira), Olívia Santana (Deputada Estadual – BA) e Marta Rodrigues (Vereadora de Salvador
13h30 Atividade Cultural
14h Lançamento De Publicação
Da Lei do Ventre Livre aos dias atuais: Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres negras no Brasil sob uma perspectiva histórica (UNFPA)
Epsy Campbell (ONU), Ângela Guimarães (Secretária da Sepromi), Luana Silva (UNFPA) e Cinthia Cunha (UNEB)
15h Mesa 2 – Estratégia de ações afirmativas para superação da sub-representação das mulheres negras na política
Fernanda Ferreira (TRE), Tereza Sacchet e Josiane Climaco (FNMN-BA)
16h Pré-Estreia De Documentário
Corpos Invisíveis (2023) – Quezia Lopes
17h20 Roda De Conversa Sobre O Filme
Quezia Lopes
18h Encerramento
Feira de Empreendedorismo Negro
Dias 29 e 30
Das 15h às 22h
Local: Largo Quincas Berro D’água