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Teatro

Mostra cênica Cruéis Aprendizes marca a 30ª edição do Curso Livre de Teatro da UFBA

Genilson Coutinho,
08/12/2015 | 10h12
XXX Curso Livre de Teatro da UFBA, Foto de Diney Araújo

XXX Curso Livre de Teatro da UFBA, Foto de Diney Araújo

Concebida no Laboratório de Composição e Desempenho da 30ª edição do Curso Livre de Teatro da UFBA, a mostra cênica Cruéis Aprendizes faz curtíssima temporada no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA), De 10 a 13 de dezembro, às 20h, com entrada gratuita. A peça explora elementos musicais, líricos e dramáticos, a partir de proposições interativas entre atores e espectadores, incluindo textos do elenco, poemas da dramaturga Cleise Mendes (“O cruel aprendiz”, “Tema de Téspis, o ator”, “Biografia de um ator”), de Drummond (“Anoitecer”), do autor francês Valère Novarina (fragmentos de “Cartas aos atores” e “Para Louis de Funès”) e do próprio encenador Paulo Cunha ( “O Sacrifício do Ator”); para abordar as dores e delícias do ofício do ator.

Em Cruéis Aprendizes, Paulo Cunha – vencedor do Prêmio Braskem de Melhor Direção por “O Beijo no Asfalto”, em 2004- propõe um olhar distinto sobre a composição, que ela seja vista como um exercício cênico, uma vivência de um processo colaborativo de criação, onde o aluno tem a possibilidade de ultrapassar os limites da função interpretativa – tradicionalmente vinculada à essa função.

“Restringir o ator ao papel de intérprete, confundi-lo como um tradutor, executor de obras de autoria de terceiros, tratá-lo como simples transmissor de vontades e intenções de outrem – é incompatível com os anseios atuais de dar corpo e voz aos atributos criativos deste ofício, que também são de natureza composicional, autoral, dramatúrgica ou não representacional (performativa)”, explica Paulo Cunha.

Em busca do “quente olhar do público”, o encenador busca a expansão plena da consciência do intérprete, diluindo as fronteiras da relação ator-espectador, ultrapassando os limites do “ensimesmamento expressivo, do virtuosismo vazio, do papagaio repetidor de palavras (cujo significado muitas vezes desconhece), da marionete que gesticula e se movimenta sem ter sequer consciência dos fios que a manejam, do canastrão fingidor que finge que joga o jogo da cena; aspectos negativos infelizmente bastante frequentes não só entre os iniciantes…”, provoca o artista.

Ao longo dos seus 30 anos de existência, o Curso Livre de Teatro da UFBA vem não só promovendo a descoberta de vocações e talentos, mas também oportunizando aos seus alunos o desenvolvimento de técnicas e habilidades específicas, a percepção de dimensões éticas, sociais e políticas vinculadas ao ofício do ator, a tomada de consciência do ato expressivo/interpretativo como ato de natureza composicional, além de promover, pela vivência de processos criativos diversos, a compreensão – necessária e imprescindível – da importância do comprometimento individual com os ritos coletivos do fazer teatral.

Grandes atores da cena local e nacional passaram pelo Curso Livre de Teatro da UFBA. Vladimir Brichta, Marcelo Prado, Carlos Betão, Zéu Brito, Jorge Washington, Tânia Tôko e uma série de nomes importantes nessa área.

Atualmente, nessa trigésima edição, o grupo é composto por 23 integrantes: Alessandra Liberato, Alissan Paixão, Arlon Souza, Carol Alves, Cassius Fabian, Danilo Barreto, Douglas Oliveira, Edu Coutinho, Eduardo Viana, Elisa Reichmann, Filêmon Cafezeiro, Iago Gonçalves, Jorgito Guimarães, Lindete Souza, Maira Menezes, Maria Clara Falcão, Maria Clara Pérez, Maurício Pedreira, Paulla Fernandes, Pedro Souto, Rafael Brito, Vika Mennezes e Thame Ferreira. A turma foi selecionados por meio de audição, na qual 30 participantes foram convocados, entre 150 candidatos – no período de 23/05 a 30/06/2015.

 

Cruéis Aprendizes – Um exercício cênico do XXX Curso Livre de Teatro da UFBA

Dias 10, 11, 12 e 13/12

Sempre às 20h

Teatro Martim Gonçalves

Escola de Teatro da UFBA – Av. Araújo Pinho, 292 – Canela, Salvador – BA

Tel.: 71 3283-7862