Comportamento

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Livros sobre gênero e sexualidade serão lançados na próxima sexta-feira (28), em Salvador

Genilson Coutinho,
27/11/2014 | 09h11

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Os pesquisadores Helder Thiago Maia e Ricardo Batista lançam seus livros na próxima sexta-feira (dia 28), às 20 horas, no encerramento do I ENCUS – Encontro do grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade, que irá ocorrer no Auditório Kátia Mattoso da Biblioteca Pública dos Barris, em Salvador. O devir darkroom e a literatura hispano-americana (Editora Multifoco) e Mulheres livres: uma história sobre prostituição, sífilis, convenções de gênero e sexualidade (EDUFBA) são resultados de pesquisas realizadas no mestrado e trazem discussões que tratam de gênero e sexualidade a partir de uma perspectiva da literatura e da história.

“O meu livro é uma proposta de leitura que tenta cartografar pequenas e potentes vozes que chamamos de escrituras queer, que são antes de tudo perturbadoras dos projetos nacionais, mas também um território literário onde habita um desejo de experimentação”, disse Helder Thiago Maia, sobre O devir darkroom, obra na qual ele analisa em especial a produção dos escritores argentinos Néstor Perlongher e Copi.

Os dois livros apontam para a existência de uma normatização das sexualidades e dos gêneros. Em Mulheres livres, Ricardo Batista apresenta uma análise, influenciada pela obra de Michel Foucault, sobre a subversão de padrões sociais e morais das mulheres, sobretudo prostitutas, ao longo das décadas de 1930 a 1960 na cidade de Jacobina.

“O texto tem dois objetivos: o primeiro é a percepção de como os discursos legislativo, jurídico, médico, jornalístico, entre outros, se articularam na produção e reprodução de normas sociais no que diz respeito às identidades de gênero, em consonância com as aspirações das elites. O outro foco do livro é a análise das ações de mulheres jacobinenses, que quebravam, subvertiam, ressignificavam as normas impostas, extrapolando a dicotomia naturalizada que as classificava ora como santas, ora como putas. Dou visibilidade às redes de sociabilidade e solidariedade estabelecidas por um grupo específico de mulheres – as prostitutas desconstruindo a ideia de exclusão dessas mulheres do meio social e (re)construindo as tramas de amor e ódio, desejo e paixão no bairro do meretrício jacobinense”, explica Ricardo Batista.