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Estudante denuncia pichação homofóbica em banheiro da UFRJ: ‘Morte aos gays’

Genilson Coutinho,
15/06/2016 | 17h06

Ameaça homofóbica foi escrita atrás de porta Foto: Divulgação

Um estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) denunciou, no fim de semana, uma pichação homofóbica que foi feita em um dos banheiros da instituição, no campus da Praia Vermelha, na bairro da Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Em tinta preta, foi escrita a mensagem: “Morte aos gays da UFRJ”.

Ao EXTRA, o estudante de Jornalismo João Paulo Saconi, de 20 anos, contou que se chocou com a ameaça e, por isso, decidiu denunciá-la através de uma publicação no Facebook, feita no último dia 12, quando 49 pessoas foram mortas, vítimas de um atirador dentro de uma boate gay, em Orlando, na Flórida (EUA).

“Eu pensei em muita coisa para fazer com essa porta (onde a pichação está). Pensei em rabiscar por cima… Pensei em pintar com tinta branca. Pensei em colar qualquer coisa por cima. Pensei até em derrubá-la. No fim, preferi expor a covardia de quem sabe que se pronunciar essa frase em voz alta, vai ter que morrer de vergonha após o escracho que nós vamos providenciar. Escrevam nas paredes e finjam nos corredores. Porque enquanto todo esse preconceito estiver escrito na cara de vocês, não vamos deixar barato”, criticou o jovem na rede social.

João explicou que a pichação ainda não foi apagada.

— Fotografei (a pichação) no dia 2 de junho. Notei que tinham feito recentemente, porque no dia anterior não estava lá. Ela continua lá.

O universitário disse ainda que o caso chocou outros estudantes e gerou repercussão:

— Nosso centro acadêmico da Escola de Comunicação (ECO) e o coletivo LGBT fizeram cartazes em resposta. Quando soube do atentado em Orlando, achei que era hora de um caso como esse transcender as fronteiras da Universidade. A ECO tem uma comunidade LGBT+ muito numerosa e, por isso, uma ameaça de morte como essa dificilmente é feita publicamente. Mas, o fato de ela ocorrer covardemente, dentro do banheiro, diz bastante sobre como o perigo também é próximo e recorrente da nossa realidade — acrescentou.

Além dos cartazes, os estudante pensam em fazer uma intervenção para chamar a atenção sobre o caso.

— Estamos considerando pintar a porta, num ato simbólico. Ainda que isso não impeça que o espaço seja pichado, pintar essa ameaça demonstra que não estamos dispostos a ler isso todos os dias — afirmou João.

Do Extra