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Empresas promovem ações para aumentar a presença de pessoas trans no mercado de trabalho

Genilson Coutinho,
25/01/2023 | 11h01

No dia 29 de janeiro é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans no Brasil. A data tem o objetivo de promover reflexões sobre o respeito à identidade de gênero e à orientação sexual, e fortalecer a luta e dar visibilidade à causa.

Dados levantados pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) revelam que apenas 13,9% de mulheres trans e travestis possuem empregos formais. Já entre os homens trans, o percentual foi um pouco maior, totalizando 59,4%.

Diante deste cenário, falar sobre igualdade de gênero é de extrema importância. Não só no mês de janeiro, mas sempre. Confira o que as empresas têm realizado para aumentar a presença de pessoas trans no mercado de trabalho e proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para elas.

 

Mais Diversidade
A maior consultoria de diversidade e inclusão da América Latina, Mais Diversidade, tem o programa de transição de pessoas trans nas empresas e oferece treinamento sobre “A pessoa aliada LGBT”, com foco em pessoas trans, também trabalha com uma área de curadoria que seleciona profissionais de grupos minorizados para o mercado de trabalho, de forma bastante humanizada.

Além dessas iniciativas, possui vários outros projetos do Instituto dedicados à população LGBTQIAP+, como, “Sua organização está preparada para acolher e apoiar a transição de pessoas trans?”, onde oferecem suporte para preparar no ambiente corporativo e facilitar a adequação de processos e procedimentos internos. O foco é sensibilizar os (as) colaboradores (as) sobre seus papéis e responsabilidades.

 

{reprograma}
{reprograma} é uma iniciativa de impacto social que foca em ensinar programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social, priorizando negras, trans e travestis. Desde a sua fundação, em 2016, já sensibilizou mais de 3 mil mulheres por meio de suas oficinas de seleção, dessas mais de 1,5 mil se tornaram alunas. Do total, mais de 60% se autodeclaram pretas ou pardas e 6% trans e/ou travestis. Até o final do ano, a expectativa é formar mais 440 profissionais programadoras e a taxa de empregabilidade é superior a 85%, seis meses após a formatura.

De acordo com Nadja Brandão, Diretora Executiva da {reprograma}, a princípio as turmas eram formadas por 99% de mulheres brancas. “Diante deste cenário, fizemos um trabalho de conscientização de que a tecnologia é um mercado acessível como qualquer outro e, dessa forma, impactamos e focamos no recorte de mulheres trans e travestis, em vulnerabilidade econômica e social. A ideia é realmente abrir portas para que elas consigam superar a síndrome de impostora, quando as mesmas não conseguem acreditar em suas próprias capacidades e não se enxergam como programadoras”, explica.

 

Brasis
Com a missão de configurar o mercado de comunicação, tornando-o mais humanizado e coerente a multipotencialidade que há no país, o executivo Felippe Guerra ao lado do sócio, Leandro Riggo, fundou em 2018, a Brasis. Uma holding que agrupa empresas de comunicação fundadas por pessoas de grupos sub-representados, conectadas com o ‘Brasil Real’. Logo, o propósito da consultoria é investir e acelerar negócios de comunicação, realizados por pessoas pretas e/ou da comunidade LGBTQIA+. Segundo Guerra, é fundamental realizar um trabalho de base que visa a aceleração e crescimento desses empreendimentos por meio da conexão com grandes marcas e empresas, com a visão cirúrgica do Marketing e da estrutura ESG.

Nhaí!!

Criada pela empreendedora Raquel Virginia em 2021, a Nhaí!, é uma Agência de ideias focada em diversidade e inovação que assina projetos como Contaí, a plataforma de instrumentalização e geração oportunidades para empreendedores LGBTQIAP+, e o Shopping Metaverso, empreendimento também voltado à comunidade LGBTQIAP+ em realidade virtual.

O Contaí Summit, está caminhando para sua quinta edição e já impactou mais de 2 mil pessoas. O piloto, realizado em janeiro de 2022, foi voltado para pessoas trans e anunciou pesquisas com alguns recortes do cenário LGBTQIAP+.