Espetáculo premiado aborda a experiência de pessoas negras surdas e ouvintes terá apresentação gratuita, sábado, 24

E se o centro do discurso não fosse o som? E se o protagonismo ocorreu em corpos historicamente marginalizados — por serem pretos, por serem surdos, por existirem? Esta é a posição radical proposta pela Cia de Teatro BH em libras em “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui”. Com texto da diretora Carlandreia Ribeiro em parceria com Marcos Andrade e direção de texto em libras por Dinalva Andrade, o espetáculo é um gesto coletivo de afirmação e ruptura em arte feita com os olhos, com os dedos e com a pele. Uma peça faz parte da programação do evento “Expressões Culturais Diversas: Arte Surda”, que acontece no dia 24 de maio, na Associação de Surdos de Contagem – Rua Riso do Prado, 198 – Eldorado. O evento terá início com Batalha de Slam, às, 18h, e, na sequência, às 19h, acontece a apresentação teatral protagonizada por Jaqueline Gonçalves e Marcos Andrade, que dão vida às narrativas que buscam ampliar a visibilidade e a compreensão das histórias e lutas das pessoas surdas e ouvintes negros. Para mais informações, acesse no Instagram: www.instagram.com/bhemlibras/ ou via Whatsapp no número via WhatsApp para o número (31) 99347-6648.
O espetáculo não apenas traz à tona questões essenciais de inclusão e diversidade dentro e fora das artes, mas também promove um espaço de reflexão e diálogo sobre a importância da representatividade. “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui” convida o público a considerar e valorizar a riqueza das experiências plurais, proporcionando uma experiência teatral única e profundamente impactante.
Para a diretora Carlandreia Ribeiro, que é ouvinte: “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui é uma viagem pela cosmopercepção de memórias atlânticas. Quando recebi o convite para dirigir esse trabalho, a primeira ideia que me ocorreu foi a de tentar traçar esse percurso de fluxo e refluxo feito de memórias até chegarmos aqui e colocarmos nossa existência em evidência. Isso só foi possível graças às tecnologias de sobrevivência e resistência daquelas que vieram antes de nós”, destaca.
A atriz Jaqueline Gonçalves, que é surda, conta que sua jornada é marcada por desafios e superações diárias. “Enfrentei barreiras de comunicação e preconceito, mas encontrei força na minha identidade e na minha arte. A linguagem corporal tornou-se minha principal ferramenta de atuação. Acredito no poder transformador do teatro e na importância da representatividade”, conta.
A cenografia de Jacko Nascimento e a estatueta de Anderson Ferreira complementam a experiência visual, enquanto a iluminação de Veec Santos e a coreografia de Marcos Andrade intensificam a performance. “Estamos aqui para mostrar que a arte transcende barreiras. Ser uma pessoa surda e negra traz desafios únicos, mas também fortalece nossa resiliência e nossa criatividade. A representatividade importante e é essencial para promover a inclusão. Nossa voz é poderosa e precisa ser ouvida. Estamos aqui para fazer a diferença. Venha se emocionar e refletir com essa produção, que destaca a força e a resiliência das comunidades surda e negra”, ressaltando Marcos Andrade, ator do espetáculo e pessoa.
O evento “Expressões Culturais Diversas: Arte Surda”, que tem foco na inclusão e no protagonismo da comunidade surda, é idealizado por BH em Libras via edital Política Nacional Aldir Blanc e recebe o apoio da Prefeitura de Contagem via Secretaria de Cultura.
SINOPSE
O espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui” é uma produção teatral que aborda a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras, ao explorar questões de identidade, representatividade e resistência. Por meio de uma combinação de performance física, língua de sinais e outros recursos cênicos, o espetáculo busca ampliar a visibilidade e a compreensão das histórias e lutas das pessoas surdas e ouvintes negros. Além disso, promove um espaço de reflexão sobre a inclusão e a diversidade dentro e fora das artes. “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui” é uma peça que convida o público a considerar e valorizar a riqueza das experiências plurais.
Ficha Técnica do Espetáculo: Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui
Direção: Carlandreia Ribeiro; Direção de texto em Libras: Dinalva Andrade; Texto: Carlandreia Ribeiro e Marcos Andrade; Elenco: Jaqueline Gonçalves e Marcos Andrade; Voz off: Carlandreia Ribeiro; Cenografia: Jacko Nascimento; Figura: Anderson Ferreira; Iluminação: Veec Santos; Coreografia: Marcos Andrade; Operação de Som: Mateus Souza
SOBRE A PEÇA – Desde sua a concepção, em 2023, como cena curta, o espetáculo tem reconhecimento nos palcos. Foi premiado na categoria Melhor Cena Curta Festival de Cenas Curtas – Galpão Cine Horto – Belo Horizonte/MG. No meio acadêmico, foi objeto de estudo em abordagens sobre acessibilidade, teatralidade surda, representatividade negra e práticas decoloniais através de citação como referência em duas monografias da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Além disso, em 2023, foi destaque na renomada Revista Piauí com a reportagem “Nenhum som no ar Intérpretes surdos e cultura negra no palco mineiro”. Ainda em 2023, em Belo Horizonte, fez parte da programação do maior festival multilinguagens – Festival de Arte Negra (FAN), esteve na programação do Museu Gerdau (Circuito Praça da Liberdade) e do Museu Vale – Belo Horizonte/MG.
Em 2024, de fevereiro a julho, foi dedicado à montagem do espetáculo no formato atual, que estreou em agosto.Na temporada de estreia, foram nove apresentações no Galpão Cine Horto – Belo Horizonte/MG; No mesmo ano compõe a programação dos festivais: Festival Artes Vertentes – Tiradentes/MG; Festival Acessa-BH – Funarte MG – Belo Horizonte/MG, Festival Palácio para Todos – Palácio das Artes – Belo Horizonte/MG; Festival de Teatro Universitário e Novembro Negro – UFMG – Belo Horizonte/MG, além do Projeto Multiverso – Espaço do Conhecimento UFMG – Belo Horizonte/MG. Neste ano, com três apresentações na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança – Funarte – Belo Horizonte/MG; Participação em uma das maiores vitrines do teatro brasileiro, na mostra dedicada a artistas surdos e acessibilidade, o Festival de Teatro de Curitiba – Mostra Surda de Teatro – Curitiba/PR;
Em abril deste ano foi destaque na programação nacional voltada à acessibilidade estética e inclusão nas artes: Entre Arte e Acesso – Itaú Cultural – São Paulo/SP; Festival Desvio – Centro Cultural Usina – Belo Horizonte/MG; Festival Sabiá – Praça Floriano Peixoto – Belo Horizonte/MG. A obra está contribuindo para o fomento de novas dramaturgias bilíngues (Libras-Português) em Belo Horizonte. Através de sua influência e inspiração, novas produções acessíveis e potentes estão sendo criadas, como o espetáculo “O Som do Mundo Desmoronando”, do Coletivo Urutau — é um marco da cena contemporânea com protagonismo de artistas surdos e linguagem visual como elemento dramatúrgico. Esses desdobramentos evidenciam o papel do espetáculo como referência cultural e política, alimentando reflexões, práticas pedagógicas e novos movimentos estéticos na cena artística atual.
SERVIÇO:
“Expressões Culturais Diversas: Arte Surda” com apresentação de Slam e espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui!”
Apresentação Batalha de Slam
Data: 24 de maio (sábado)
Horário: 18h
Aberta ao público
Espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui!”
Dados: 24/5 (sábado)
Local: Associação dos Surdos de Contagem (rua Riso do Prado, 198 – Eldorado)
Horário: 19h
Entrada gratuita
Para mais informações, dúvidas e inscrição gratuita entre em contato: (31) 99347-6648