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Programa de Responsabilidade Socioambiental e Educação Patrimonial anuncia parceiros, projetos e ações para fortalecer o processo de revitalização do Centro Histórico de Salvador

Genilson Coutinho,
19/03/2025 | 12h03
Foto: Fernando Barbosa

O Palacete TiraChapéu e a Elysium Sociedade Cultural lançaram hoje o Programa de Responsabilidade Socioambiental e Educação Patrimonial, uma iniciativa que une sustentabilidade, educação e restauração para fortalecer a preservação do nosso patrimônio cultural. O lançamento promoveu o encontro de instituições e personalidades que serão parceiros do Programa nos próximos meses.

Entre eles, Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Hermano Guanais, superintendente do Iphan na Bahia; Marcelo Ferreira Lemos Filho, diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC-BA); a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield, e Itamar Musse, empresário e marchand. Dono do antiquário especializado em arte sacra considerado um dos melhores do país, Musse também é patrono das primeiras turmas dos cursos de capacitação que fazem parte do Programa e já estão com inscrições abertas.

As ações do Programa são viabilizadas pela Lei Rouanet e com o apoio de empresas como Elo, Coca-Cola, PicPay, Eletrobrás, BahiaGás, Paper Excellence, Vinícola Uvva e Sost Distribuidora.

Foto: Genilson Coutinho

No próximo dia 27 de maio, no Fórum de Sustentabilidade de Salvador, serão apresentadas as ações e projetos desenvolvidos pela Elysium, pelo Palacete TiraChapéu e pelos seus parceiros. No Fórum, também serão abordadas as iniciativas que podem ser realizadas em centros históricos, contribuindo para a melhoria do ecossistema socioambiental e cultural, além de colaborar com o processo de revitalização da região.

“O Programa de Responsabilidade Socioambiental e Educação Patrimonial marca um novo ciclo na vida do Centro Histórico de Salvador, sobretudo pela relevância dessas alianças que firmamos hoje aqui, com Iphan, IPAC, setor privado, prefeitura. Os resultados que vamos apresentar nos próximos meses vão revelar um momento promissor. O restauro do Palacete TiraChapéu acontece por meio de uma política pública, a Lei Rouanet, e é com base justamente em suas prerrogativas que investimos nas contrapartidas sociais do projeto, entre elas o Fórum de Sustentabilidade e os

cursos de capacitação, para formar agentes de transformação do Centro Histórico”, revelou Robson de Almeida, Diretor Institucional da Elysium Sociedade Cultural, entidade responsável pelo restauro do Palacete TiraChapéu.

Sobre o Fórum de Sustentabilidade de Salvador, Marcelo Safadi, arquiteto da equipe do restauro do Palacete, destacou que o evento vai trazer para a cidade personagens nacionais e globais que transformam centros históricos mundo afora.

“O Centro Histórico de Salvador desenvolve hoje um modelo de revitalização diferente de outros lugares. Aqui, não é apenas o poder público que intervém, já que a iniciativa privada tem feito investimentos e as entidades locais têm se organizado com o mesmo propósito. Salvador é a cidade brasileira que mais desenvolveu o turismo nos últimos dois anos. Aqui, o grande ativo é a cultura, em um mix potente e único no Brasil e no mundo. O Programa de Responsabilidade Socioambiental e Educação Patrimonial começa agora a executar ações para multiplicar o número de pessoas que compreendam o patrimônio cultural e os seus usos, que estejam mobilizadas e inspiradas para contribuir com o desenvolvimento social”.

Cursos de capacitação têm inscrições abertas

Durante o evento, foram lançados três cursos de capacitação profissional para arquitetos, engenheiros, gestores culturais e demais interessados que desejam atuar no restauro e na gestão do patrimônio histórico. São eles: Preservação e Restauro de Edifícios Históricos, Análise e Avaliação do Patrimônio Edificado e Gestão do Patrimônio Cultural.

Wolney Unes, Diretor-Presidente da Elysium Sociedade Cultural. Foto: Genilson Coutinho

“Com a recente tragédia na Igreja de São Francisco, começamos a pensar no que poderíamos fazer para ajudar, para oferecer uma resposta a esse problema. Propomos uma série de oficinas que vão discutir caminhos para o planejamento e a gestão desses bens do patrimônio edificado”, esclareceu Wolney Unes, Diretor-Presidente da Elysium Sociedade Cultural.

As inscrições para os cursos estão abertas até o dia 31 de março, pelo link:

Entre os meses de abril e junho, acontecem também 12 visitas técnicas, que serão encontros com os alunos de escolas públicas, com foco na educação patrimonial e práticas de restauro. O conteúdo abordará temas como a introdução ao patrimônio cultural, a história do Palacete TiraChapéu, os conceitos e técnicas de restauro e conservação. Os alunos serão convidados a analisar o impacto do restauro na comunidade e a importância da documentação.

Palacete Tira Chapéu: da ruína iminente ao retorno como centro cultural e gastronômico

O Palacete TiraChapéu estava com parte de sua estrutura seriamente comprometida quando a Elysium Sociedade Cultural iniciou, há cerca de cinco anos, um processo de restauro minucioso do prédio. Neste trabalho, foram recuperados detalhes arquitetônicos emblemáticos, tanto na composição da fachada quanto no interior do edifício, a exemplo dos vitrais na escadaria central, da restauração da escada em caracol de madeira torneada e o forro em tela deployé do salão.

Outros destaques são a marchetaria do piso no salão de eventos, os azulejos decorados e os pisos em pastilhas – trabalho realizado por uma equipe multidisciplinar e técnicas variadas.

Com o volume e a consistência de toda a estrutura restaurada, o Palacete Tira Chapéu voltou a fazer parte da vida da Rua Chile com a mesma relevância artística e estética das primeiras décadas do século XX. E agora, também será um valioso objeto de estudo na capacitação dos profissionais nos três novos cursos, que serão ministrados no prédio.

O Palacete, concebido em 1914 pelo arquiteto italiano Rossi Baptista, é um dos poucos remanescentes do estilo eclético em Salvador, com adornos inspirados na arquitetura barroca ao estilo clássico. Inaugurado em 1917, o edifício foi sede da Associação dos Empregados no Comércio da Bahia, e teve uso exclusivamente comercial e administrativo.

Tombados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC-BA), os três pavimentos e as fachadas do prédio são compostos por elementos marcantes do ecletismo, características que incluem desde capitéis, frisos, cornijas, volutas e até elementos figurativos como os atlantes na porta principal.

SERVIÇO
Programa de Responsabilidade Socioambiental e Educação Patrimonial
Inscrições para os cursos de Preservação e Restauro de Edifícios Históricos, Análise e Avaliação do Patrimônio Edificado e Gestão do Patrimônio Cultural
Período: 18 a 31 de março de 2025
Link para inscrições: