Vaticano critica freira por defender homossexualismo e masturbação

Genilson Coutinho,
08/06/2012 | 14h06

Uma freira americana está provocando polêmica por um livro lançado em 2006 no qual tenta apresentar uma justificativa teológica para os relacionamentos homossexuais, a masturbação e o divórcio seguido de outros casamentos. O Vaticano denunciou a obra da irmã Margaret A. Farley dizendo que ela “não é consistente com a autêntica teologia católica” e não deveria ser lido por católicos romanos.

Margaret, ex-presidente da Sociedade Teológica Católica da América e premiada estudiosa acadêmica, respondeu, em comunicado: “Posso apenas esclarecer que o livro não buscava ser uma expressão dos atuais ensinamentos oficias da Igreja Católica, tampouco contrariar estes ensinamentos. Trata-se de um gênero completamente diferente.”

Segundo ela, a obra, intitulada “Só Amor: Uma Estrutura para a Ética Sexual Cristã”, oferece “interpretações contemporâneas” sobre a justiça e a igualdade nas relações sexuais humanas.

A censura formal do Vaticano aconteceu na segunda-feira, semanas depois de a Congregação para a Doutrina da Fé emitir uma reprimenda pungente contra a organização de freiras americanas, a Conferência de Liderança das Mulheres Religiosas. Ela também ocorre em meio à polêmica relacionada a um vazamento de documentos que revelaram brigas e má gestão no papado.

O gabinete doutrinário do Vaticano, liderado pelo cardeal americano William J. Levada, passou mais de dois anos analisando o livro de Margaret. Primeiramente, em março de 2010, o gabinete informou os superiores da irmã sobre suas preocupações. Em outubro ela enviou uma resposta ao Vaticano, que foi considerada insatisfatória e deu início a uma investigação mais ampla. O órgão afirmou que seu livro criou “confusão entre os fiéis”..

O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, disse que não houve solicitação de qualquer sanção contra a religiosa, uma vez que ela já está aposentada.

O livro encontra justificativas morais e teológicas para o casamento do mesmo sexo, uma questão de forte peso político e moral para os bispos americanos.

Em comunicado, Levada questionou a posição da irmã por escrever que o casamento do mesmo sexo “também pode ser importante na transformação do ódio, rejeição e estigmatização de gays e lésbicas”.

A comunidade também citou passagens do livro em que Margaret escreve que “muitas mulheres” descobriram “os benefícios da masturbação – a descoberta de suas próprias possibilidades de prazer – algo que muitas não haviam experimentado ou mesmo conhecido em suas relações sexuais com seus maridos ou parceiros.”Com informações do IG