Estudantes pedem a investigação de Jair Bolsonaro

Genilson Coutinho,
07/04/2011 | 16h04

Os estudantes e representantes de 22 entidades civis realizaram uma manifestação durante reunião da Comissão de Direitos Humanos .
Na última  quarta-feira (6) durante reunião da Comissão de Direitos Humanos representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e de outras 22 entidades civis apresentaram um documento em que pedem a investigação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por suposto crime de racismo.Os estudantes acompanhados pela ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário impunham cartazes pedindo a saída do deputado da comissão, da qual ele é integrante titular indicado pelo seu partido.
Bolsonaro durante entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirantes, foi indagado pela cantora Preta Gil sobre o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma mulher negra. O deputado respondeu: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”. Mesmo o deputado afirmando que entendeu errado a pergunta e que não é racista, foram encaminhadas seis representações à Corregedoria Parlamentar em razão dos comentários feitos no programa de televisão.
O presidente da UBES Yann Evanovick, presente no ato, acredita que é inviável a permanência de um parlamentar preconceituoso. “”O deputado Jair Bolsonaro, com atitudes racistas e homofóbicas, presta um enorme desserviço à Câmara dos Deputados”, afirma.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Manuela D´Ávila (PCdoB-RS), elogiou o protesto dos estudantes. “Isso significa que a sociedade brasileira está revoltada e que o nosso povo não é alienado”, diz a parlamentar que defende o afastamento do deputado e a indicação de outro nome do PP para o colegiado.
Família Bolsonaro

Durante a Jornada Nacional de Lutas da UNE, ocorrida no último dia 23 no Rio de Janeiro, os estudantes conseguiram a aprovação na Câmara Municipal da cidade para o Projeto de Lei 739/2010 que concede meia-passagem em ônibus do município do Rio de Janeiro para univesitários cotistas. O único voto contrário foi do vereador Carlos Bolsonaro (PP-RJ), que alegou ser esta uma prática de oportunistas querendo obter vantagens pessoais.

Fonte: UNE

Foto: Divulgação