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Terapeuta sexual fala sobre o fetiche zentai, que acentua a sensibilidade e o prazer

Genilson Coutinho,
16/12/2014 | 10h12

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Surgido no Japão, como parte do figurino de performances de dança e teatro, o fetiche funciona, simbolicamente, como se fosse outra camada de pele. A sensibilidade é aumentada, o que torna o contato com o corpo do outro uma experiência inusitada, pois, por meio do toque através do elastano a sensibilidade é acentuada e prazerosa. Em Tóquio existe um famoso lugar para os praticantes. Eles se encontrarem e participam de vários eventos organizados pelo Tokyo Zentai Club.

A roupa passa a impressão de ser muito quente e sufocante, mas não é o que os adeptos do zentai afirmam. O tecido tem um bom conforto térmico e não sufoca. Existem roupas possuem cores diversas, chamativas e você pode até customizá-las com desenhos e estampas diferentes ou colocar zíper na região do nariz, olhos, boca ou onde interessar.

No zentai a possibilidade de ter sua identidade ocultada é o que desperta a curiosidade pelo outro. O anonimato é estimulante e proporciona a fantasia de criar uma identidade secreta. A aparência fica, portanto, em segundo plano, enaltecendo o aspecto emocional e afetivo.

Mesmo não envolvendo o coito, o fetiche busca uma satisfação imediata do prazer e este prazer não depende da cópula, tanto que nem todo encontro dos adeptos do zentai termina numa grande orgia. A transa é casual.

No Brasil o fetiche já chegou, timidamente, mas já desperta a curiosidade de muitos. Não existem lojas que vendem as roupas e os adeptos devem buscar em sites internacionais com preços a partir de 50 reais.

Não sei não, mas acho que o Homem-Aranha foi o primeiro a praticar o zentai entre os heróis, vocês não acham. Aquela roupinha azul e vermelha, coladinha no corpo e com aquela máscara grudada no rosto? Eu sabia que Peter Parker escondia mais alguma coisa. Safadinho…

*Breno Rosostolato é psicólogo, terapeuta sexual e colunista da Revista JUNIOR.