SUS adquire 20 milhões de camisinhas femininas

Genilson Coutinho,
20/03/2012 | 13h03

O Ministério da Saúde começa a distribuir, em maio, o primeiro lote dos 20 milhões de preservativos femininos adquiridos e que serão entregues ao longo do ano de 2012. A compra representou um investimento de R$ 27,3 milhões, com preço unitário de R$ 1,36. Trata-se da primeira aquisição brasileira de preservativos femininos de terceira geração, fabricados com borracha nitrílica.

“A distribuição de preservativo feminino faz parte da estratégia da política brasileira de ampliar as opções de proteção das mulheres em relação aos riscos de infecção por HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis e pelo vírus da hepatite”, observa o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco. Para o diretor, a camisinha feminina é mais uma das estratégias de prevenção que leva em conta aspectos de gênero, sexo e vulnerabilidades.

Juntamente com a distribuição dos novos preservativos, o Departamento, além de assegurar sua oferta, irá realizar diversas atividades para discutir com a sociedade civil e com os profissionais de saúde as estratégias de promoção do uso adequado da camisinha feminina.

Prioritariamente, as camisinhas femininas serão distribuídas a populações definidas de acordo com critérios de vulnerabilidade. As situações de maior vulnerabilidade incluem profissionais do sexo e mulheres em situações de violência doméstica e/ou sexual, pessoas vivendo e convivendo com HIV/aids, usuárias de drogas e seus parceiros. No mesmo critério estão ainda as mulheres com DST, as de baixa renda e usuárias do serviço de atenção à saúde da mulher que tenham dificuldade de negociar o uso do preservativo masculino com o parceiro.

História – O preservativo feminino chegou ao mercado brasileiro em 1997, quando a Anvisa aprovou a comercialização do produto no país. Desde então o Ministério da Saúde já adquiriu e distribuiu cerca de 16 milhões de preservativos para as 27 unidades da federação. A nova compra representa 25% a mais em relação à compra total de toda a série histórica.

A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP), realizada pelo Departamento em 2008, mostrou que cerca de 90% das mulheres sexualmente ativas conhecem ou pelo menos já ouviram falar da camisinha feminina.

Masculinos – O Brasil distribuiu, no ano passado, 493 milhões de camisinhas masculinas. A distribuição foi 45% maior que em 2010, quando 333 milhões de unidades foram enviadas às Secretarias Estaduais de Saúde e aos 499 municípios da Programação Anual de Metas (PAM). Nesses locais estão concentrados 90% dos casos de aids registrados no país.

Pesquisas mostram que saber onde obter camisinha é fator essencial para o seu uso: mulheres que não sabem onde obtê-la apresentam chance 81% menor de fazerem sexo protegido.

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais