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‘Somos milhões, mas ainda não estamos no Congresso Nacional e sequer estamos na lei brasileira’, comenta William Callegaro sobre a marginalização da comunidade LGBT+

Redação,
17/05/2022 | 15h05
William Callegaro (Foto: Divulgação)

Como parte de uns dos 150 líderes de 2022 do Renovabr, William Callegaro é advogado e especialista em direitos humanos e civis, sendo um grande defensor da luta LGBT+. Além disso, é um nome importante para a renovação da política no Brasil a partir das causas progressistas e propostas que buscam contribuir com a inclusão da diversidade.

Já atuou no Tribunal Regional da 4ª Região, na Justiça Federal do Rio Grande do Sul e no Ministério Público Federal, nas áreas civil, empresarial, trabalhista e do consumidor. Atualmente é especialista em direitos da comunidade LGBT+, também é presidente estadual do segmento LGBT do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Coordenador Jurídico e Coordenador Administrativo Adjunto Estadual da Aliança Nacional LGBTI em São Paulo.

Lutar pelos direitos deste grupo é mais que uma linha política para William, na verdade, trata-se de uma causa motriz na sua vida. Como homem gay cis, ele já vivenciou e presenciou diversas situações de LGBTfobia e tem como maior objetivo combater para que outras pessoas não passem por isso:

Somente aos 23 anos permiti me envolver afetivamente com uma pessoa, porque eu tinha medo de ser quem eu era. Não me ensinaram na escola que eu era normal, também não orientaram isso para os meus pais. Não quero que mais ninguém passe por isso. Os LGBTs representam em média 10% da população do nosso país. Somos milhões, mas ainda não estamos, de verdade, no Congresso Nacional. Nem sequer estamos na lei brasileira”.

A cada 29 horas, uma pessoa LGBT+ é morta violentamente no Brasil, de acordo com o relatório “Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil – 2021”. Diante disso, William debate propostas que estão em prol da positivação dos direitos da Comunidade LGBT+, tais como: criminalização da LGBTfobia; união estável, casamento, adoção, retificação de nome de pessoas trans e doação de sangue por LGBT+.

Além de defender os direitos gerais da comunidade, o advogado traz propostas específicas para a população trans do país, grupo que está ainda mais marginalizado dentro da sociedade. Ele defende uma política de cotas para transexuais – inclusive para o acesso ao fundo eleitoral; celas específicas em presídios e o devido atendimento e tratamento de saúde no SUS.

Não existe a possibilidade da causa LGBT+ não ser minha principal bandeira, uma vez que os direitos conquistados por essa comunidade me permitem ser quem sou hoje, viver e existir”.