Shortbus: sem pudor, sem vulgaridades

Genilson Coutinho,
26/02/2013 | 10h02

Seguindo pela segunda semana a nossa sequência de comentários sobre filmes com a temática LGBT, essa semana vou falar de um filme que (confesso!), me chocou no início, mas depois me conquistou e já o indiquei para vários amigos. Trata-se de Shortbus – um filme que trata do sexo da forma que ele deve ser tratado, com naturalidade. Espero que curtam o texto e, se ainda não viram o filme, vejam. E se não sente à vontade, não veja ao lado de seus pais – rs.

SEM PUDOR. SEM VULGARIDADES.

As primeiras cenas de sexo explícito chocam até os mais ‘mente-aberta’. Claro que fiquei chocado pela surpresa que isso me causou logo nos minutos iniciais me fazendo crer que iria assistir a um filme pornô. Engano meu. Apesar desse início surpreendente, Shortbus vai apresentando os personagens, conflitos e ganha o espectador que vai se envolvendo com a história de cada um.

Um casal de homens gays James e Jamie (Dawson e PJ DeBoy – namorados na vida real) está em crise e à procura de um terceiro para esta relação. Decidem então procurar a terapeuta sexual Sofia (Lee Sook-Yin) – ou como ela prefere dizer, terapeuta de casais para solucionar este caso, mas encontram uma terapeuta abalada emocionalmente por nunca ter conseguido um orgasmo na vida. James e Jamie então a convencem a visitar o Shortbus – espécie de boate em Nova York onde sexo é ordem. Não sei bem do que chamar, mas é uma loucura organizada de pegação geral. Os personagens vão se encontrando com outros tantos personagens exóticos neste clube de fetiches e mostrando suas fragilidades durante a sequência, tornando o ambiente triste, engraçado e, às vezes, até melancólico.

Com roteiro e direção de John Cameron Mitchell, o filme proporciona bons momentos de entretenimento. Tem uma trilha condizente e maravilhosa, roteiro envolvente onde os próprios atores contribuíram para a construção dos personagens com características e diálogos improvisados, deixando-os divertidos e naturais.

Shortbus mostra diversos belos corpos nus, mas apesar disso você não vai querer (creio eu, né?) se masturbar depois de ver o filme. É interessante e engraçado. Apesar de ter muito, não é um filme de sexo por sexo.

Comédia? Pornô? Drama? Não importa. O que mais gosto em Shortbus é a coragem para mostrar e tratar do assunto ‘sexo’ sem medo e sem pudor. Afinal, sexo é apenas sexo. Vulgar é não tratar do assunto com naturalidade. Concorda?

Veja o trailer:

‘Shortbus’ (2006) por George Araújo

Publicitário e Pós graduando em Marketing e Branding pela UNIFACS – Universidade Salvador.

Trabalha na área de marketing, criação gráfica, mídias sociais e é idealizador do BlogayrosCamp. twitter: @geoaraujos