Sala Vip – Especial Carnaval

Genilson Coutinho,
16/02/2012 | 14h02

A sala Vip desta semana entrou no ritmo do Carnaval e na informação para os foliões que vão cair na gandaia. A nossa equipe conversou com  o Uro-Andrologista, Dr. Francisco Costa Neto, diretor da Clínica do Homem sobre DST’s ,  saúde, comportamento e os cuidados que devemos tomar durante a folia.

Dois Terços: Com os avanços no tratamento do HIV nos últimos anos as pessoas mudaram o comportamento, principalmente,  no que tange a prevenção das DST’s. A quais fatores o senhor atribui essa mudança de comportamento da população?

Dr. FRANCISCO: Está ocorrendo um retrocesso. Com o advento de terapias modernas e que fazem com que o Vírus da AIDS não seja mais tão potente ou letal, as pessoas estão relaxando em relação à prevenção. Basta observar o aumento da incidência nas pessoas acima do 60 anos. Os jovens também não estão mais tão preocupados com a proteção e houve um aumento nos índices de contaminação por Sífilis e Gonorréia, além do HPV. Isso quer dizer que as pessoas não estão se protegendo ou fazendo sexo seguro como deveriam.

DT: Com o seguimento da AIDS nos anos 80, a comunidade gay foi classificada como principal grupo de risco em função do preconceito da população que acreditava que AIDS era apenas uma doença de gay. Essa visão mudou nos últimos anos?

Dr. FRANCISCO: Mudou sim. As pessoas perceberam que a AIDS, ao contrário de ser uma doença de minoria ou grupos, é na verdade uma doença de todos, inclusive dos heterossexuais que é o segmento onde ocorre um aumento no número de casos.

DT: Muitas mulheres não têm coragem de exigirem o uso da camisa aos maridos por medo da reação deles ou por uma questão de comodismo,mesmo sabendo das traições do parceiro. Como lidar com essa situação?

Dr. FRANCISCO: Isso é uma realidade na cultura brasileira, acredito que devido ao machismo que ainda impera na nossa sociedade. Não se observa isso, por exemplo, na cultura Anglo-saxônica.

DT: Este ano,  o Ministério da Saúde vai focar as ações da campanha de prevenção as DST’S durante o carnaval no público jovem e nos travetis . O senhor acredita que diante dos tratamentos e avanços do HIV os jovens perderam o medo da aids?

Dr. FRANCISCO: Os jovens não estão mais tão preocupados com a proteção e houve um aumento nos índices de contaminação por Sífilis e Gonorréia, além do HPV. Isso quer dizer que as pessoas não estão se protegendo ou fazendo sexo seguro como deveriam. Principalmente as pessoas mais jovens que não viveram a época do “boom” da AIDS.

DT: O número de portadores do HIV em Salvador vem crescendo muito nos últimos anos. Existe algum público onde esses dados são maiores?

Dr. FRANCISCO: Existe um aumento nos índices de contaminação pela AIDS e outras DST´S nas pessoas da terceira idade.

DT: O governo tem feitos campanhas pontuais sobre o HIV em algumas datas pontuais. O senhor acredita que essas campanhas conseguem atinge o público?

Dr. FRANCISCO: De certa forma sim, porém é preciso investir mais em educação de uma maneira geral e não apenas em campanhas.

DT: No carnaval tudo é permito e muitos na correria da folia esquecem, na hora H, do uso da camisinha. Quais cuidados o senhor recomenda para o folião no reinado de momo.

Dr. FRANCISCO: Prevenir sempre e não só no carnaval. É claro que o excesso de álcool inibe o senso crítico e consequentemente as pessoas relaxam na prevenção. “Camisinha na cabeça, vista essa ideia”.