Rosane Svartman, diretora do longa “Desenrola”, fala ao Dois Terços

Genilson Coutinho,
04/02/2011 | 03h02

Rosane Svartman, diretora do longa “Desenrola”, fala ao Dois Terços

Redação:  Dois Terços 04/02/2011

Rosane Svartman, diretora do longa “Desenrola”, esteve em Salvador, na última quinta-feira (3) para uma sessão especial do filme e conversou, por telefone, com a nossa equipe sobre a construção deste roteiro e sua relação com os adolescentes desde a época do seriado “Confissões de Adolescentes”, sucesso dos anos 90 na rede Globo.

DT – Nos anos 90 você participou do roteiro de “Confissões de Adolescentes” dirigido por Daniel Filho. Essa experiência lhe ajudou na construção do roteiro de Desenrola?
Rosane – Claro que contribuiu. Naquela época foi algo muito novo, eu trouxe as memórias da minha adolescência para construção deste roteiro, pois estava falando para um público que estava vivendo uma realidade parecida com a vivida por mim. Essas memórias foram fantásticas. Em “Desenrola” realizamos um trabalho de pesquisa, além de muitas visitas às escolas e para minha surpresa as problemáticas, os medos e anseios destes jovens são os mesmos. Mudamos apenas de cenário, mas a realidade do jovem continua a mesma.

DT – Como foi trabalhar com essa garotada?
Rosane – Foi maravilhoso, eles são super-descolados, animados, abertos a todas as nossas propostas e muito agitados. Havia horas que me via na sala de aula condenando uma turma de alunos como acontecia nas minhas aulas de cinema. Nessas horas os diálogos foram fundamentais para continuidade do trabalho diante da energia da garotada. No final tudo era lindo…o importante foi que emoções eu vivi.
DT – Você participou de algumas pré-estreias. Qual foi a sua sensação após as exibições?
Rosane – Participei de muitas mesmo, é fantástico você ver a turma ligada na tela e se identificando com as situações dos personagens e torcendo pelos seus personagens preferidos. Recentemente estive em Petropólis, região atingida pela tragédia das chuvas para uma sessão com os jovens da comunidade e fiquei lá no cantinho vendo eles que por algum momento esqueceram aquela tristeza, dando lugar a alegria.
No final falei com eles que era a diretora do filme e a coisa acontece, pois eles contam detalhes do filme e se identificam com a história. Não tem como não ficar emocionada. Gosto desse contato presencial, além de acompanhar nas redes sociais o que eles estão falando sobre o filme. Outro dia, estava acompanhando um dos fóruns nas redes socais sobre o filme e uma garota disse que no final da sessão a galera bateu muitas palmas, fiquei curiosa e perguntei para ela na hora: de onde você é? e ela respondeu: Salvador. Fiquei muito feliz com essas reações da juventude da Bahia e do Brasil.
DT – No filme você tráz um elenco de muitos atores novos ao lado de Kayky Brito que briha com muita simplicidade ao lado dos novatos. Existiu algum motivo especial pela escolha de Kayky?
Rosane – Olha, a escolha do nome dele veio meio que involutária. No processo de pesquisas e diálogos nas escolas e nos encontros com outros jovens, a nossa equipe sempre perguntava qual ator eles gostariam de ver no filme e a resposta era imediata Kayky Brito. Essa popularidade dele com o público jovem aconteceu em diversas situações. Então decidimos fazer o convite para ele que aceitou com muito carinho e sensibilidade, face a temática do filme. Ele foi maravilhoso.