Música

Rock, Pop e Orgulho LGBT: Rohmanelli lança EP gravado na Semana do Rock Catarinense

Genilson Coutinho,
15/10/2019 | 17h10
Rohmaneli e Os Anomalous - Macho Discreto Ao vivo na 7ª SRC

Rohmaneli e Os Anomalous – Macho Discreto Ao vivo na 7ª SRC

Reinvenção é palavra-chave no trabalho de Rohmanelli, italiano radicado no Brasil há 20 anos. Ele iniciou sua carreira na música em 2014, com a banda Vita Balera. O projeto explorava o rock alternativo com letras em italiano e chegou a lançar um EP homônimo. Antes disso, ele estudou música erudita e canto lírico. Após o fim da banda, Rohmanelli focou no seu projeto solo de música eletrônica alternativa ao lado do produtor e músico argentino Jeronimo Gonzalez.

Foi aí que nasceu Rohmanelli, unindo estética, figurino, letra e música. Em 2016, ele lançou sua estreia com o álbum “Anomalous”, um trabalho conceitual que trafegava entre o português, inglês e italiano e que gerou sete videoclipes. Em 2018, Rohmanelli lançou “Fanatismi”, um trabalho em italiano e muito mais maduro, reunindo experiências e parcerias adquiridas nos primeiros momentos da carreira. Desde então, suas composições passaram pelas mãos de DJs, produtores e músicos do Brasil, da América do Sul e da Europa.

“Macho Discreto”, primeira parceria com o produtor musical Binho Manenti, se tornou um single e clipe provocador assinado pela Vinil Filmes. O lançamento foi um novo passo nessa sonoridade que une influências do punk, da eletrônica, do rock e do pop. É o que Rohmanelli chama de “transpop”, uma musicalidade sem barreiras de gêneros e idiomas. Agora, ele se prepara para lançar o primeiro disco totalmente em Português, refletindo suas duas décadas vivendo no país.

Rohmanelli 10_Crédito Coletivo Medusa

Rohmanelli (Foto: Coletivo Medusa)

O novo EP chega entre esses marcos como o primeiro registro ao vivo do artista, que a partir deste ano passa a ser acompanhado no palco pela banda Os Anomalous, formada por Duda Medeiros (guitarra e sitar), Felipe Pimentel (bateria), Cachopa (guitarra) e Pedro Henrique Santos Barbosa (baixo). Eles repaginaram os arranjos para esse show especial, que traz uma versão inédita e totalmente renovada de “Aracnofilia”, canção em italiano que ganha aqui contornos orientais, com a introdução de um sitar. Outro destaque é a participação do rapper Raphael Warlock, que aparece em “Macho Discreto”. Completa o tracklist “Anomalous”, faixa-título do primeiro álbum de Rohmanelli, um synthpop com clima de Depeche Mode.

“Esse registro é muito significativo para mim, pois pela primeira vez em três anos, coloquei instrumentos orgânicos na minha música, até então totalmente sintética. O som desse EP se aproxima mais do que é o meu som atual e do novo álbum. E também representa minha heterogeneidade musical e linguística: temos, de fato, três músicas da minha produção, cada uma em uma língua (inglês, italiano e português). Acho que são um retrato fiel desse meu transpop”, reflete.

Usar a música como forma de questionar padrões sexuais, amorosos, políticos e religiosos faz parte do discurso forte na arte de Rohmanelli. Em 2020, o público conhecerá mais de suas múltiplas facetas com o disco “[Brazilejru]”, atualmente sendo produzido por Binho Manenti.

Ficha técnica
Rohmanelli: Vocal
Duda Medeiros: Guitarra e Sitar
Felipe Pimentel: Bateria
Cachopa: Guitarra
Stivy Malty: Baixo
Mixagem: Duda Medeiros – Butiá Estúdio – Florianópolis/SC
Masterização: Rafael Pfler – Pimenta Produções Artísticas – Florianópolis/SC
Produção: Duda Medeiros (Butiá) e Rohmanelli

Faixa-a-faixa, por Rohmanelli:

ANOMALOUS

Primeira música do meu primeiro álbum Anomalous e primeiro clipe da minha carreira solo. A música composta por mim, letra e música em inglês, é a que dá sentido a todo o projeto Anomalous, uma música e álbum sobre o privilégio de ser “anormal”, livre de todo padrão, seja qual for. Um synthpop dark com referências a Depeche Mode.

ARACNOFILIA

Mais uma música do primeiro álbum Anomalous. Também minha composição letra e música, desta vez em italiano. É um rock industrial duro com uma letra muito metafórica sobre a capacidade de tecermos, enquanto seres humanos, a nossa própria teia de vida e morte, na qual podemos, se não cuidarmos, ficar presos, nós vítimas de nós mesmos. Aqui numa versão inédita com sitar e andamento oriental.

MACHO DISCRETO

Último single e primeira música do novo álbum [Brazilejru]. Um hip hop ácido contra o machismo dentro e fora do meio LGBT. Parceria com o rapper Warlock e produção do Binho Manenti.