Rita Batista solta o verbo em entrevista especial ao Dois Terços

Genilson Coutinho,
25/02/2013 | 23h02

“Discordar é da democracia. Alguns entenderam. Outros, não. O fluxo normal da vida”, dispara Rita Batista sobre sua ida para Band, em entrevista ao site Dois Terços. A apresentadora deixou Salvador no ano passado para encarar o desafio de um novo formato de programa ao lado da apresentadora Adriane Galisteu e um time de apresentadores.

A sua ida gerou alegrias e críticas sobre o formato do programa, no qual muitos não gostaram da participação da baiana. Passado um ano, ela volta à Band, no comando do programa “A Liga”, que estreia em junho.

Na correria das gravações, Rita arrumou um tempo para conceder essa entrevista ao Dois Terços, em que fala das críticas e da sua paixão pela Bahia.

DT –  A sua ida para Band Nacional foi muito celebrada pelos soteropolitanos, porém muitos não concordaram com a sua ida para o “Muito +” por ser considerado um programa de fofoca. Como você lidou com essas críticas e discordância dos admiradores do seu trabalho?

Discordar é da democracia. Alguns entenderam. Outros, não. O fluxo normal da vida. E assim seguimos como diz a música: “Penso que cumprir a vida
seja simplesmente compreender a marcha, ir tocando em frente”. O que interessava era que eu e a emissora sabíamos o que estávamos fazendo.

DT – Você tinha uma carreira consolidada em Salvador no comando do Boa Tarde Bahia, um dos programas locais líderes de audiência. Você teve algum tipo de medo em deixar um “porto seguro” para encarar o desafio de dividir a bancada de um programa com outros apresentadores?

Não. De jeito nenhum. Não sou de perder oportunidades. Tive todo apoio da Band Bahia e da Band Rede nessa transição. Logística, contrato, moradia, assistência de toda a ordem. Assim fica mais fácil. (riso).

DT – Você vai assumir o posto de apresentadora  do programa “A Liga”, ao lado de Thaíde e Cazé. O que você leva da sua experiência em lidar com o público para esse novo desafio?

Tudo. A liga é um experimento. O programa em si. Faz sucesso, é excitante, mexe com o público por causa disso.

DT  – Salvador viveu dias de fúria com a gestão de João Henrique, que deixou a cidade abandonada em todos os sentidos. Como você tem visto a vinda de Neto? Como a maioria dos soteropolitanos, você tem esperança de que ele fará uma boa gestão?

Acho que sim. Não era o meu candidato, mas já que a maioria o escolheu estou pronta para apoiar. Força no pensamento positivo e no trabalho: agora vai!

DT – Como foi pra você deixar Salvador, uma cidade que respira festa, para viver as noites frias de São Paulo?

Como vocês sabem, sou bem low profile. Não sou da noite de lugar nenhum, sou do dia, da luz e do calor do sol. O frio tem seu charme, ainda mais quando se tem um cobertor de orelha de responsa! (riso). Sempre estou em Salvador, mas não preciso anunciar. Vamos combinar também que a Bahia nunca saiu ou sairá de mim. Quem entra aqui  em casa [em São Paulo] se teletransporta, e se for baiano, começa a falar da Bahia como se estivesse nela. Fazendo referências espaciais. “Aqui em Salvador, aqui na Bahia”, muito engraçado.

DT – Recentemente, a apresentadora Marília Gabriela entrevistou o pastor Silas Malafaia, ficando bastante irritada com o posicionamento dele sobre a comunidade LGBT. Como você tem visto o posicionamento e crescimentos de igrejas e cidadãos como Silas?

Menino, não vi essa entrevista até hoje! Queridos, acho que damos muita importância aos evangélicos xiitas e intolerantes. Eles representam uma parcela da sociedade. Somente. Acreditem, não vão dominar o mundo. Já fiquei mais revoltada com essas coisas, mas ultimamente vejo, ouço e dou risada. Pelos trechos que colocaram no Face e Twitter, o negócio era tão absurdo, lunático, que chegava a ser hilário. Acho que a nossa luta deve ser pelo fortalecimento das instituições: um país com educação, com pouca ou nenhuma miséria, com postos de trabalho dignos, distribuição de renda e carga tributária decente. A religião cumprirá tão somente o papel dela – de aconselhamento e consolo espiritual. Já disse muitas vezes e causei estranheza que invejo o poder de organização dos grupos evangélicos. Se o povo de santo tivesse 1% dessa cancha, estávamos em melhor condição. E outra, acho que se pregamos o amor, a liberdade, a tolerância e a diversidade não devemos comprar um discurso separatista, de controle ideológico, de proibição, de restrição, de ódio ou adequação a esse ou aquele padrão. As guerras santas surgem assim… Fiquemos atentos! O meu é bom pra mim, o seu é bom pra você. E a coexistência é boa pra todo mundo.

Fotos: Genilson coutinho