Projeto ‘EROS IMPURO’ discute abuso sexual de menores em Salvador

Genilson Coutinho,
14/03/2013 | 10h03

Teve inicio na última quarta  nesta quarta-feira, 13, e seguem até sábado, 16 de março, no Teatro Sesc Senac Pelourinho, as atividades da Caravana Eros Impuro, projeto brasiliense capitaneado pelo jornalista e dramaturgo baiano, Sérgio Maggio, que discute o abuso sexual a menores. Além da peça Eros Impuro, exibida sempre às 20h, haverá a oficina O Exercício da Crítica Teatral, de 14 a 16, das 14h30 às 17h30, e o painel de debate A Arte diz Não ao Abuso Sexual a Crianças e Adolescentes, no dia 16, às 17h30, ambos conduzidos por Maggio com entrada é franca.

Nascida em Brasília, em abril de 2011, a montagem —uma das vencedoras do Prêmio Myriam Muniz 2012— conta a história de Andrei, um pintor maculado na infância, interpretado pelo ator Jones de Abreu. Artista plástico de formação, Jones de Abreu, que milita no teatro há 26 anos, executa no palco, ao vivo, o esboço da obra de Andrei, enquanto dá vida aos demais personagens que pulam do imaginário do protagonista. “É um desafio narrar, com delicadeza e contundência, uma história ao mesmo tempo urgente e difícil como esta. Cada sessão tem sido um aprendizado”, declara o ator.

A direção de Eros Impuro é de Sérgio Maggio, autor de outros espetáculos de sucesso como Cabaré das Donzelas Inocentes — que esteve em cartaz em Salvador em 2011, no Theatro XVIII— e também do premiado livro Conversas de Cafetinas vencedor do Prêmio Jabuti 2010. “Estamos radiantes em chegar a Salvador, minha terra natal, meu cenário, e apresentar este trabalho no coração da cidade, o Pelourinho”, comemora o diretor

 

Eros Impuro – a peça

Por meio da dimensão sensível da arte, o pintor Andrei  busca encontrar a redenção e livrar-se da nódoa que o persegue desde menino. No entanto, sua obra é taxada de pornográfica, suja. Julgado e marginalizado por uma sociedade conservadora que tem dificuldade de lidar com o erótico, ele segue sem acesso a galerias e acuado em seu processo obsessivo. Lentamente, enlouquece sob testemunho do público, que se torna voyeur não só desse progressivo estado de paranoia quanto de criação, já que o personagem realiza a sua obra em tempo real, no aqui e agora do teatro, enquanto decorre a narrativa memorial, na qual lembranças, esquecimentos, fantasias e delírios explodem mesclados ao cheiro de tinta e aos movimentos compulsivos de criação.

 

FICHA TÉCNICA EROS IMPURO

Direção e dramaturgia: Sérgio Maggio.

Atuação: Jones de Abreu.

Produção executiva: Claudia Charmillot.

Não recomendado para menores de 18 anos.

Informações: www.erosimpuro.blogspot.com.

PROGRAMAÇÃO:

 

Eros impuro

13 a 16 de março – sempre às 20h

 

14 a 16 de março – quinta a sábado, das 14h30 às 17h30

Oficina de crítica

Inscrições: natalia@selmasantos.com.br

 

16 de março – sábado, às 17h30

Painel de debate