Professor foi morto em MT por não pagar programa de R$ 50, diz polícia

Genilson Coutinho,
02/02/2013 | 23h02

Professor foi morto em MT por não pagar programa de R$ 50, diz polícia

O principal suspeito de matar o professor Iltomar Rodrigues de Moraes, de 50 anos, em Cuiabá, confessou em depoimento à polícia que só tirou a vida da vítima porque não teria recebido uma quantia de R$ 50 combinada para um programa. O rapaz, de 19 anos, está preso desde a madrugada desta sexta-feira (1) na Penitenciária Central do Estado, antigo Pascoal Ramos, na capital.
De acordo com o delegado João Bosco, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o professor era homossexual e morava sozinho no bairro Novo Paraíso II.
No dia do crime, 27 de janeiro, o professor promoveu uma confraternização na casa dele. Entre os convidados estava o suspeito, como informou o delegado. Depois do término da festa, o professor e o rapaz voltaram a se encontrar. “O programa combinado foi fracionado. Quando o rapaz percebeu que o professor não tinha dinheiro partiu a agredir a vítima”, afirmou o delegado ao G1.
De acordo com as investigações, o suspeito usou um amassador de ferro utilizado para o preparo de alimentos na sessão de espancamento. Os golpes concentraram-se na cabeça da vítima. Depois da agressão, o suspeito disse ao delegado que deixou a casa do professor e pediu ajuda a um amigo, de 22 anos, que também está preso.
Ambos retornaram à residência da vítima. Eles encontraram o professor ainda agonizando. O rapaz que o agrediu ainda usou uma faca de cozinha e desferiu três golpes na vítima. Dois deles atingiram o pescoço e o terceiro golpe, o coração da vítima, que morreu na hora, conforme o delegado.
O corpo do professor foi colocado no porta-malas do carro dele e levado até um matagal do Distrito de Nossa Senhora da Guia, localizado na zona rural da capital. O corpo só foi localizado três dias depois. O veículo da vítima também foi abandonado perto de um lixão.
Os dois suspeitos ainda tentaram forjar o assassinato. Eles levaram alguns eletrodomésticos da residência da vítima para simular um latrocínio [roubo seguido de morte], que foram deixados no veículo.
“Ele foi orientado a se apresentar à polícia depois do flagrante. É filho de um policial militar. Disse que estava com medo de sofrer alguma represália”, revelou o delegado.
Agora, a polícia está à procura da faca e do amassador de ferro utilizados para matar o professor. Nesta sexta-feira, os dois suspeitos passaram por uma acareação e relataram à polícia como tudo aconteceu. Para o delegado, o crime, apesar de complexo, está praticamente solucionado.
Prisão
O suspeito do crime foi preso após uma denúncia anônima no município de Nossa Senhora do Livramento, a 42 quilômetros de Cuiabá, tentando se esconder em um hotel da região. “A pessoa viu a foto dele na TV e o reconheceu. Deslocamos até o local, ele levantou a mão e confessou o crime”, informou ao G1 o sargento do núcleo da PM, Paulo Filho.

Fonte: G1