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Presidente do Núcleo LGBTQIA+ pede desfiliação do Podemos

Redação,
27/09/2021 | 10h09
(Foto: Divulgação)

Após seis anos de atuação, Rafaela Garcez, presidente estadual do Núcleo LGBTQIA+ do Podemos, anunciou que dará entrada no pedido de desfiliação do partido, ressaltando que chegou a hora de ‘se libertar para o novo’. Sempre atuei de forma séria e com muita dedicação. Abracei a causa LGBTQIA+ e exaltei o nome e a figura do deputado Bacelar, mas percebi que no partido existem grandes problemas de comunicação, valorização e espaço. Portanto, chegou o momento de sair desta bolha e alçar voos maiores e melhores”, disse a fisioterapeuta, pontuando que a interferência do secretário de Turismo, Maurício Bacelar, irmão do presidente da sigla, aumentou o desgaste no partido. “Hoje quem manda e dita as regras no Podemos é o Secretário Maurício Bacelar. Não há comunicação interna e isso nos causa frustação, dependência e muito desgaste, dificultando o entendimento das necessidades junto ao meu segmento”, disse.

Apesar de já ter recebido propostas de diferentes partidos, Rafaela Garcez garante que ainda não definiu os novos rumos e segue aberta ao diálogo. “Adiei esta saída do Podemos em consideração ao deputado Bacelar, mas atualmente a situação realmente está inviável. Estou em uma fase de conversas e sigo analisando o que for melhor para mim e para todos que confiam no meu trabalho”, disse, ressaltando ainda a gratidão pelo Podemos. “Apesar de toda insatisfação não posso negar que foi no Podemos que iniciei minha caminhada e aprendi sobre política. Mas agora é hora de se libertar para o novo. Quero atuar em um local onde eu seja ouvida e que a bandeira LGBTQIA+ seja uma das prioridades”, afirmou.

TRAJETÓRIA – Fisioterapeuta e empresária, Rafaela começou a trabalhar no meio político em 2015 ao lado do deputado Bacelar. Foi candidata a vereadora de Salvador em 2016, recebendo 500 votos, coordenadora na Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e no Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran). Lésbica, ela garante que “viu na política um caminho para mudar a realidade de invisibilidade sofrida pela comunidade LGBTQIA+”. Com o objetivo de mudar as estatísticas contra gays, lésbicas e travestis, em 2019 trabalhou pela criação e execução da Casa Aurora, Centro de Cultura e Acolhimento voltado para população LGBTQIA+ em Salvador. E ainda seguiu com ações beneficentes na área da saúde e eventos como a Corrida Aurora, para arrecadar doações para gays e lésbicas em situação de risco ou vulnerabilidade social.