Prêmio José Araújo Lima Filho de ativismo e direitos humanos recebe inscrições

Genilson Coutinho,
14/09/2021 | 20h09

Os últimos anos não têm sido fáceis, tivemos que reaprender a viver e a lutar por direitos, mas o ano de 2019 ficará marcado para sempre na história do ativismo brasileiro. Perdemos em setembro, aos 62 anos, um ícone da luta contra a aids, nosso querido José Araújo Lima Filho. Sua luta, atuação e trajetória em defesa das pessoas que vivem com HIV/aids jamais serão esquecidas. São mais de 30 anos de mobilização social e construção de políticas públicas. Polêmico, determinado e grande entusiasta do SUS, José Araújo esteve à frente de mobilizações em defesa dos direitos humanos e da saúde pública.
Sua militância em defesa das pessoas que vivem com HIV/aids começou na primeira década da epidemia, na recepção do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo. Ele foi um dos responsáveis por reunir os pacientes para troca de experiências e solidariedade, levando boa parte dessas pessoas para o GIV (Grupo de Incentivo à Vida). Participou da criação da RNP+ Brasil, em 1995, trabalhou no acolhimento de crianças com HIV, foi coordenador geral da Associação François Xavier Bagnoud do Brasil (AFXB).
Por décadas realizou diversas parcerias com organizações do Japão, proporcionando trocas de experiências de prevenção e autocuidados entre os brasileiros lá residentes. Também atuou fortemente na luta pela garantia de direitos de participantes de pesquisas clínicas.
Não é à toa que sua trajetória foi marcada por gritos em defesa da humanidade. A resistência era sua marca. Quem teve o prazer de conviver com Araújo sabia perfeitamente que ele não media palavras para denunciar o que não ia bem. Também fazia questão de cobrar publicamente gestores e políticos.
Seus últimos anos de vida foram dedicados ao EPAH (Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada), a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e ao Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids). Agora temos a missão de dar continuidade ao legado que nos deixou. A luta contra a aids perdeu um de seus maiores defensores, mas a memória de Araújo continuará presente no movimento social de luta contra a aids.
Araújo partiu sem saber que neste momento estaríamos enfrentando uma nova pandemia, a de Covid-19, que já dizimou famílias, expôs pessoas e escancarou as injustiças sociais.
Por isso, decidimos criar o Prêmio José Araújo Lima Filho de ativismo e direitos humanos. Vamos homenagear pessoas e instituições da cidade de São Paulo que atuam em pautas que o nosso amigo acreditava. Serão 9 categorias:
Pesquisas: Será premiada uma das pesquisas/estudos em desenvolvimento em IST/HIV/Tuberculose de âmbito nacional, estadual ou municipal, que impactam diretamente na vida de quem vive com HIV/aids;
ONGs: Vamos reconhecer o trabalho de organizações não governamentais que trabalham diretamente com a valorização da vida e das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social, em especial, ONGs que atuam contra a aids;
Direitos Humanos: Nesta categoria irá receber o prêmio autoridade que está no legislativo lutando por direitos humanos e causas sociais.
Juventudes: Nessa categoria receberão o prêmio jovens engajados na luta contra a aids, que levam conhecimentos e informações para diminuição de estigmas e preconceitos, atuando como agentes transformadores em seus espaços de convivência

Mobilização Social: Será premiado trabalho e/ou atuação diversa, mobilização de funcionários na defesa do serviço público de saúde em IST/HIV-Tuberculose.
Assistência: Premiar profissional ou serviço diferenciado no cuidado e acolhimento de quem vive com HIV/aids na cidade São Paulo
Política Pública: Premiar conquista importante no âmbito nacional, a exemplo da mais recente aprovação da Lei Renato da Mata.
Pessoa Vivendo com HIV/Aids: Premiar pessoa que resiste e continua na luta em defesa dos direitos humanos.
Iniciativa inovadora de ativismo em tempos de pandemia. A pandemia do Covid 19 nos levou a uma reflexão sobre as novas formas de comunicação, engajamento, ativismo, com isso as ações precisaram ser inovadas. Esse ano premiaremos ações que foram desenvolvidas em tempos de pandemia.
Na prática, esse processo é responsável por estabelecer diálogo entre as pessoas, uni-las e dar força a movimentos sociais para transformar a realidade em que estão inseridos, podendo ocorrer de diversas formas, inclusive nos meios digitais, como:
• criação de hashtags nas redes sociais;
• compartilhamento de informações confiáveis sobre prevenção;
• criação e participação em lives, entre outras.

Processo de indicação: Acesse o link https://forms.gle/NyTfUAiy3hvQHgHCA para fazer suas indicações.

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Agradecemos sua participação! O resultado será conhecido na cerimônia de premiação, no dia 03 de dezembro de 2021.
Att, Comissão organizadora
Américo Nunes Neto