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Prefeitura do Rio lança campanha de prevenção às DSTs estrelada por Anitta

Redação,
05/02/2016 | 16h02

Anitta entre Hanna e Negriny durante lançamento da campanha

A Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e a Secretaria Municipal de Saúde, órgãos da Prefeitura do Rio de Janeiro, lançaram na última  quinta-feira 04, no Hotel Sheraton Barra, uma grande ação de prevenção e conscientização sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A campanha deste ano, “Vamos dar um Bang no HIV”, é estrelada pela cantora Anitta e foi estrategicamente marcada para ser lançada na semana que antecede o carnaval. É exatamente neste momento do ano, nos dias de folia, que é registrado um pico nos índices de infecção por HIV.

No vídeo, a cantora faz uma pequena modificação na letra de “Bang”, música homônima ao seu terceiro CD e de enorme sucesso no Brasil inteiro. Com a participação de quatro bailarinos de sua equipe, Anitta dança e exibe embalagens de preservativos enquanto combate as DSTs em uma animação no melhor estilo história em quadradinhos. O trabalho tem direção de Gabriel Mellin e é assinado pela Rio Cinema Digital.

A escolha da cantora para ser o rosto desta grande ação não foi à toa: Anitta é uma grande comunicadora com um público de diversos recortes de gênero e faixas etárias. “Temos uma preocupação em todos os nossos trabalhos, seja de prevenção ou de intolerância, de buscar uma linguagem mais moderna e com isso efetiva, que fale direto ao cidadão. Preocupa-nos demais o constante aumento de infecção na mesma faixa etária independente de orientação sexual ou identidade de gênero”, explicou Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual.

Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, há dez anos os jovens de 13 a 19 anos fazem parte do segmento populacional mais infectado pelo vírus HIV. Estes jovens estão iniciando as suas vidas sexuais em uma época em que novos tratamentos aumentaram a expectativa e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS. E esta nova realidade parece ter gerado uma interpretação equivocada sobre a gravidade da AIDS.

“Participar dessa campanha é uma resposta muito grande desse trabalho. Significa que alguém acredita que esses jovens possam me escutar e ouvir o meu conselho, ouvir o que eu tenho a dizer. Usar a minha visibilidade, meus números, meus acessos e atenção do meu público para dar um recado tão importante e tão sério quanto esse, eu

topei logo de cara. Meu público é formado por jovens que gostam muito de se divertir, são impulsivos, bebem… E é justamente por isso, que nessa época do ano as pessoas pegam o vírus do HIV. Então, acho incrível poder usar a minha música, minha voz, meu clipe para fazer todas as pessoas acreditarem nisso. O vídeo está divertido! Aquele adolescente que não tá com paciência pra assistir, não vai pular o vídeo, ele vai ver! Tá legal, bonito, bem humorado e divertido. Ao mesmo tempo, ele passa uma mensagem muito importante”, contou Anitta, visivelmente orgulhosa em fazer parte desse trabalho.

Outra questão é que ainda é muito forte o estereótipo de “grupos de risco”: a ideia de que o HIV infecta apenas homossexuais e usuários de drogas injetáveis. Este conceito equivocado colaborou para que na última década, o número de mulheres infectadas crescesse exponencialmente.

 

“Temos um dos principais programas de saúde de tratamento de AIDS e HIV do país. Precisamos de campanhas fortes de conscientização e distribuição de preservativos para não perder essa luta contra a AIDS, principalmente entre os jovens, que muitas vezes não percebem a gravidade da doença por serem de uma geração que não viu a AIDS surgir”, complementou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz .

Com “Vamos dar um Bang no HIV” divulgada maciçamente através dos canais Globosat, nos ônibus e estações do BRT, trens da Supervia, nas estações de embarque do Pão de Açúcar, nos cinemas dos grupos Itaú e Cinemark e nas mídias OnBus, além das diversas redes sociais existentes, esperamos lembrar à população que, na verdade, o que existe são ‘comportamentos de risco’ e que qualquer pessoa sexualmente ativa em relação sexual sem o uso de preservativo se expõe ao risco de ser infectado pelo vírus HIV ou outras DSTs (HPV, sífilis, gonorreia, hepatite B e C).

“Estamos nos preparando para o sucesso dessa campanha. Por isso, estaremos com equipes presentes nos locais de folia e aglomeração da cidade como os principais blocos, festas, praias e nos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí para distribuição de material informativo sobre prevenção de DST/AIDS, lembrando a importância da prevenção. Serão distribuídos 300 mil preservativos (masculinos e femininos) além de gel lubrificante”, disse Betina Durovni, subsecretária de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde.

Material sobre a PEP (profilaxia Pós Exposição) também será distribuído. No caso de rompimento ou vazamento do preservativo, o cidadão deve se dirigir a uma unidade de saúde da Prefeitura do Rio, em até 72 horas, para uma avaliação médica e iniciar o tratamento que tem o objetivo de tentar impedir a infecção do vírus HIV. O teste para detecção do HIV pode ser feito nas clínicas da família e hospitais da Prefeitura do Rio.

A equipe recrutada também estará munida de material que informa como se prevenir em relação à procriação do mosquito que transmite o Zika vírus, a Dengue e a Chikungunya. Participarão nesta ação, ex-alunas do Projeto Damas, que capacita e reinsere travestis e transexuais no mercado formal de trabalho.

Programa Rio sem preconceito estará presente nas ruas da cidade nos dias de carnaval

A campanha “Rio Sem Preconceito” acontecerá entre os dias 05 (sexta-feira) e 13 de fevereiro (sábado). Nos principais pontos de concentração, serão espalhados 50 galhardetes com mensagens contra a homolesbotransfobia e orientando o cidadão a como agir caso sofra qualquer forma de preconceito, além de ventarolas com informações sobre a lei municipal 2475/96, que pune estabelecimentos comerciais e repartições públicas em casos de discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Também será possível informar-se sobre atendimento na Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, que estará de plantão durante o carnaval.

 

O Rio de Janeiro, que já foi eleito o melhor destino gay do mundo, também foi pioneiro no país na criação da lei que pune práticas discriminatórias contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs).

Denúncias de preconceito e discriminação em estabelecimentos comerciais devem ser enviadas para o e-mail cedsrio@gmail.com

Em caso de dúvidas, ligue 1746.