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Prefeito de Roma aprova casamentos gays e enfurece Igreja

Genilson Coutinho,
19/10/2014 | 21h10

casamentogay

O prefeito de centro-esquerda de Roma reconheceu neste sábado a validade de 16 casamentos gays realizados fora da Itália, provocando a irada do ministro do Interior e da Igreja Católica Romana do país.

“Hoje é um dia esplêndido”, disse o prefeito Ignazio Marino na prefeitura de Roma onde registrou o casamento de 11 casais do sexo masculino e seis do sexo feminino.

Embora o casamento gay seja ilegal na Itália, algumas cidades têm permitido que casais homossexuais casados legalmente em outros países registrem suas uniões em prefeituras, quando retornam, assim como fazem O reconhecimento é importante porque pode ajudar um parceiro herdar a propriedade do outro e afeta benefícios para a saúde, seguros e pensões.

A questão é altamente polêmica num país onde a Igreja tem considerável influência sobre a política, e divide o governo de coalizão de esquerda-direita do primeiro-ministro Matteo Renzi.

Uma pesquisa feita no ano passado mostrou o casamento gay foi apoiada por apenas um quarto da população da Itália. A mesma pesquisa mostrou que mais de 85 por cento apoiaram o reconhecimento das chamadas “uniões civis” para dar parceiros do mesmo sexo mais direitos.

Maurizio Gasparri, um senador do partido de oposição Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse que Marino estava “desafiando a lei” e deveria renunciar.

A Conferência Episcopal da Itália, associação nacional dos bispos, emitiu um comunicado em tons semelhantes.

“Tal presunção arbitrária, colocada em exposição aqui em Roma, agora, é inaceitável”, disse, em uma aparente referência a uma grande assembléia de bispos de todo o mundo que aconteceu no Vaticano nas duass últimas semanas.