Pílula que protege do HIV antes do sexo é aprovada nos EUA

Genilson Coutinho,
12/05/2012 | 12h05

A Comissão de Aconselhamento de Drogas Antirretrovirais, ligada a FDA, agência que regula a venda de medicamentos nos EUA, recomendou a liberação de uma droga para prevenir a infecção pelo vírus do HIV. Dessa forma, pessoas não contaminadas poderiam manter relações sexuais com portadores do HIV com um risco menor de contrair o vírus.

De acordo com testes realizados internacionalmente, pessoas que tomam a medicação Truvada diariamente têm uma possibilidade 90% menor de contágio pelo HIV. Esse remédio já é usado no tratamento de pessoas portadoras do vírus.

A recomendação da comissão do FDA prevê que o Truvada seja utilizado por pessoas com um parceiro que tenha o vírus. Também há a sugestão para que homossexuais ou bissexuais a utilizem, assim como quem suspeitar do risco depois de manter relações heterossexuais. Se a droga for aprovada, a empresa fabricante – a Gilead Sciences – poderá fazer propaganda do uso preventivo.

A decisão sobre a aprovação do Truvada nos Estados Unidos para a prevenção de infecção pelo HIV deve ser tomada nos próximos meses. O FDA costuma seguir a recomendação da comissão. Médicos alertavam, porém, que o Truvada não pode ser considerado uma vacina contra a AIDS e deve ser tomado com prescrição médica. Outros mais críticos observam que a pílula é cara – custa até US$ 14 mil ao ano (R$ 27 mil) – e outros ainda alertam que o teste clínico não representa as circunstâncias do mundo real e poderia provocar um aumento na prática de sexo sem proteção e em uma retomada nos casos de AIDS.