Parada Gay da Bahia gerou consumo de 22 milhões em 2011

Genilson Coutinho,
19/07/2012 | 13h07

Tá mais que comprovado que a Parada LGBT da Bahia além de ser um instrumento de promoção da cidadania desta população é também uma ação que gera riqueza e economia para os cofres públicos. De acordo com o GGB o público que compareceu ao evento em 2011 foi aproximadamente 900 mil pessoas como se fosse um dia de Carnaval no Centro da cidade. O GGB avalia que somente no dia da Parada a cidade experimenta um consumo de mais de 22 milhões de reais, considerando que cada pessoa gasta R$ 25 no mínimo com transporte, alimentação, bebida e acessórios de enfeites. Para este ano o GGB vem trabalhando desde cedo junto com os parceiros para trazer 1 milhão de pessoas no dia do evento e nas atividades culturais que mobilizarão a celebração em 9 de setembro. Essa estimativa de gasto ainda não seduz parte da iniciativa privada que pouco investe em eventos do gênero no Brasil.

Se por um lado o evento incrementa diretamente a economia da cidade por outro também gera empregos direto a variada categoria profissional. Oferece oportunidade de trabalho remunerado a cantores, motoristas, montadores de estruturas, seguranças, maquiadores, músicos, apresentadores, profissionais de iluminação, técnicos de sonorização, cordeiros e uma variedade de trabalhadores do comércio informal que oferecem alimentos, bebidas e acessórios diversificados.

Mesmo que pese o evento já  estar  na 11ª edição o GGB,  ainda não dispomos de pesquisas formais para identificar a procedência do público que participa do evento em Salvador. “ Sabemos que a grande maioria é da cidade e região metropolitana” afirma Marcelo Cerqueira, presidente do grupo. De acordo com a demanda de informações sobre a parada ao longo dos meses que antecedem a data, acredita-se que outra grande parte de visitantes provem dos estados vizinhos como Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará. Uma pequena parcela é originária do Sul e Sudeste dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A organização acredita que a divulgação do evento e de outros incrementos como atividades culturais poderá estimular uma maior procura por parte desses estados rumo à capital da Bahia.

GGB foca a Parada como atividade festiva de comemoração

É muito comum após a realização de alguma edição da Parada pessoas criticarem o evento alegando pouca politização e acentuação maior na festa e nas alegorias. O Grupo Gay da Bahia acredita que a Parada em si é festa mesmo, é comemoração com muita alegria é carnaval com a lógica revertida. “È impossível ditar ou sugerir alguma coisa de militância mais aguda para a enorme massa humana no dia do evento”, acredita Luiz Mott, fundador do GGB, indicando que é preciso que cada um faça a sua militância no dia, pontuando que o beijo entre os participantes é algo extremamente político, visto que no cotidiano as pessoas são discriminadas até mesmo por andar de mãos dadas. Ainda de acordo com o GGB a Parada evolui para carnavalização mesmo porque caiu no gosto popular por ser uma manifestação alegre, com pessoas interessantes, com música e dança. A Parada já é sucesso, porém agora vive-se o desafio de criar algo novo e consagrar a Parada como a grande celebração.

Nessa busca de criar algo novo ou de reinventar o que já foi feito nos primórdios do movimento na Bahia e no Brasil o GGB a partir da 11ª edição do evento muda o foco de visibilidade da Parada e apresenta a Semana da Diversidade Cultural LGBT de Salvador e a Parada é atividade de coroação do pool de atividades de ativismo oferecendo seminários, festival de filmes, intervenções artísticas e feira cultural no sábado que antecede a celebração.  A Semana acontece de1 a9 de setembro e de acordo com a entidade a idéia e mobilizar todos os segmentos culturais e empresariais para que a cidade possa viver o clima da diversidade.