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Saúde

OMS aconselha homens que fazem sexo com homens a ‘no momento, reduzir o número de parceiros’

Genilson Coutinho,
01/08/2022 | 22h08
Tedros Adhanom Ghebreyesus — Foto: Reprodução/Twitter

O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselhou, na última quarta-feira (27), que homens que fazem sexo com homens – como gays, bissexuais e trabalhadores do sexo – reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à varíola dos macacos (monkeypox).

Na fala de abertura em uma entrevista sobre a doença, Tedros Adhanom Ghebreyesus também reforçou que “estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”.

Ele pediu que comunidades e indivíduos se informassem e levassem os riscos a sério, além de tomarem as medidas necessárias para interromper a transmissão e proteger os grupos vulneráveis.

“O foco para todos os países deve ser engajar e capacitar as comunidades de homens que fazem sexo com homens para reduzir o risco de infecção e transmissão posterior, prestar cuidados aos infectados e salvaguardar os direitos humanos e a dignidade”.

Mais de 18 mil casos de varíola dos macacos já foram relatados à OMS em 78 países, incluindo 5 mortes. Mais de 70% dos casos relatados vêm da Europa e 25%, das Américas.

“Isso significa que os vacinados devem continuar a tomar medidas para se proteger, evitando contato próximo, incluindo sexo, com outras pessoas que têm ou correm o risco de ter varíola dos macacos”, lembrou.

Um dos problemas é a disponibilidade das vacinas: segundo Tedros, existem cerca de 16 milhões de doses da MVA-BN em todo o mundo. A maioria, entretanto, está em forma “a granel” – o que significa que levaria vários meses para envasar as doses e disponibilizá-las para uso.

“Vários países com casos de varíola dos macacos garantiram suprimentos da vacina MVA-BN, e a OMS está em contato com outros países para entender suas necessidades de suprimento. A OMS urge aos países com vacinas contra a varíola dos macacos compartilhá-las com os países que não têm”, pediu Tedros.