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O Natal, as famílias e a exclusão dos LGBTQIA+

Genilson Coutinho,
25/12/2020 | 15h12
Foto: Reprodução

A noite de Natal, centro da celebração do amor e solidariedade nos milhares de lares, nos quatro cantos do planeta, também é um banquete de exclusão para milhares de LGBTQIA+ pelo mundo, e alguns estão bem pertinho de você, pois é muito comum escutarmos de pessoas LGBTQUIA+ que o Natal não é um momento legal na sua casa por diversos motivos, da não aceitação da família diante da condição sexual, à identidade de gêneros. Esses fatores excluem e magoam, e nos trazem reflexões como essas: “por que meu irmão pode levar a namorada, e a família achar maravilhoso, e eu não posso levar meu namorado, para não magoar ninguém da família?” Você nota alguma diferença no significado de amarmos alguém? Isso pode até parecer sem sentido, mas existe e precisamos refletir, visto que são poucos os LGBTQIA+ que podem celebrar a magia do Natal ao lado do seu amor e da sua família. Não que isso não aconteça, pois muitas famílias até aceitam para não magoar o ente querido, e esquecem de quem faz o seu filho ou filha feliz.
Não podemos continuar com aquele comportamento das tias nos anos 80, querendo saber na mesa da ceia: “cadê a namoradinha do sobrinho”. Porém, vale a reflexão de que estamos em 2020, chegando em 2021, e muitos iguais a mim vivem essa dura realidade, de não serem bem recebidos nos lares dos seus queridos, ou terem que viver a dúvida de ir à celebração da noite de Natal do seu amor, e a mesma se transformar na noite do terror em família.
O meu desejo de Natal é que as famílias amem suas crias 365 dias, e que o Natal seja um momento para reforçamos os nossos laços de amor.
Ps: e chega daquelas perguntas: “você já contou para seus pais que vc é gay”? Por acaso os filhos héteros precisam fazer um almoço para anunciar sua heterossexualidade? Me deixe, viu!
Feliz Natal!!!!

Genilson Coutinho é ativista LGBTQIA+ e editor do Dois Terços