Novos testes vão detectar resistência a medicamentos em pacientes com AIDS

Genilson Coutinho,
17/04/2012 | 11h04

Alguns medicamentos usados no tratamento da aids eventualmente deixam de fazer efeito em alguns pacientes. Para detectar o porquê disso, há dez anos foi criada a Renageno, Rede Nacional de Genotipagem do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Nesta segunda-feira, a rede anunciou a realização de dois novos testes para detectar a resistência do vírus HIV a novos medicamentos recentemente incorporados pelo SUS. Além disso, a rede vai passar a identificar também a resistência para vírus B e C de hepatites.

O assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal, explica que a nova tecnologia melhora a qualidade de vida do paciente: ”Com a realização desses exames, demonstrar quais são os medicamentos que ainda estão ativos, estruturando o esquema de tratamento e pode fazer o mesmo agora para medicamentos chamados de terceira linha que são as novas classes de medicamentos que os pacientes que já são multi experimentados, que têm multirresistência do HIV, usam esses novos medicamentos e aí gente pode também identificar se já há resistência a esses novos medicamentos e, com isso, o médico estruturar o esquema de resgate do paciente.”

 

Ronaldo Hallal conta que 23 laboratórios em todas as regiões do País realizam gratuitamente os exames de genotipagem e seis, que são considerados laboratórios de referência, vão realizar os novos exames dentro dessa rede. ”O médico pede o exame, o paciente coleta e a amostra de sangue chega ao laboratório e processa, e se tem um resultado. E aí entra uma figura nova, uma figura que já existe nesses 10 anos, chama médico de referência de genotipagem. É o médico treinado pelo ministério que recebe o treinamento mais intensivo para interpretação desses resultados e que faz um aconselhamento para o médico assistente orientando os esquemas mais adequados para aquele seu paciente que fez o exame.”

 

Participaram do encontro pesquisadores, médicos e gestores que fazem parte da Rede Nacional de Laboratórios de Genotipagem.

 

Fonte: Hortência Guedes / Web Rádio Saúde