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Natura participa da Climate Week NYC

Genilson Coutinho,
22/09/2020 | 23h09

Entre os dias 21 e 27 de setembro, será realizada a Climate Week NYC, iniciativa que promove uma série de eventos anualmente para debater sobre questões climáticas emergenciais. Em 2020, a edição será diretamente influenciada pelos impactos da pandemia de Covid-19 e irá explorar lições aprendidas durante a transição para um futuro com zero emissões líquidas de carbono. Cerca de 350 eventos vão ocorrer na cidade de Nova York e pelo mundo, transmitidos pelo Facebook da Climate Week. A Natura participará de diferentes atividades nos dias 21 e 22.

Em 21 de setembro, o CEO da Natura &CO para América Latina, João Paulo Ferreira, contribuirá no evento Mobilizing New Power for Change, realizado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), focado em direitos humanos e justiça social. No dia seguinte, Andrea Alvares, vice-presidente de marca, inovação, internacionalização e sustentabilidade da Natura, está confirmada para o evento virtual para imprensa internacional e influenciadores, realizado pela Natura US.

Entre os temas que serão discutidos durante a Climate Week estão Transição para Energia Limpa; Transporte e Infraestrutura; Indústria e Ambiente Construído; Finanças, Investimentos e Empregos; Alimentos e Uso da Terra; Natureza e Ciência; Política Internacional e dos EUA; Juventude, Mobilização Pública e Justiça; Viagens e Turismo Sustentáveis; e Impactos Climáticos e adaptação.

Em seu Compromisso com a Vida Visão 2030, que estabelece compromissos e ações em um prazo de dez anos, a Natura &Co definiu algumas prioridades envolvendo a causa climática, como a meta de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2030. A empresa também irá reduzir as emissões de carbono alinhadas a metas científicas, rastreando as emissões em toda a cadeia de valor e de seus fornecedores – desde a extração de matérias-primas até o descarte das embalagens. Além disso, a empresa irá aplicar o Protocolo de Nagoya e pagamentos de ABS (acesso e compartilhamento de benefícios, em inglês) para impedir a perda de biodiversidade. A Aliança Baseada na Ciência (Science Base Targets) também será parceira da Natura no desenvolvimento de novas medidas para a conservação da natureza.

Atualmente, a Natura contribui para a conservação de 1,8 milhão de hectares de floresta em pé e pretende aumentar esse número para 3 milhões até 2030 através do fortalecimento das ações da empresa que visam proteger a Amazônia, além de esforços coletivos para zerar o desmatamento da Amazônia até 2025. A empresa também está implementando um modelo econômico circular focado em regeneração, buscando garantir metas como 100% de seus materiais reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis; garantir que 50% do plástico que usamos seja reciclado; compensação de 100% da quantidade equivalente de embalagem onde a infraestrutura de reciclagem não existir; uso de 95% de ingredientes renováveis e fórmulas biodegradáveis até 2030; e incentivo à pesquisa e desenvolvimento de mais soluções regenerativas.

A floresta em pé é mais valiosa

Em 2004, a Natura realizou um mapeamento para o desenvolvimento de óleos e manteigas a partir de matérias-primas amazônicas e identificou o potencial das sementes de Ucuuba, uma espécie de árvore típica da Amazônia, cujas sementes produzem uma manteiga natural com alto poder de hidratação e reparação da pele, usado na fabricação de velas, sabões, cosméticos, perfumes e até mesmo na confeitaria. Suas propriedades já eram conhecidas pelas populações nativas da região, que utilizavam o óleo da semente como principal combustível para iluminação de casas ribeirinhas nos séculos 18 e 19. Nove anos depois, a empresa lançou a linha Natura Ekos Ucuuba. Para o desenvolvimento dos produtos, a empresa trabalhou a partir da política de uso para espécies vegetais em cenário de vulnerabilidade, além de garantir o comércio justo, já que a Ucuuba faz parte da lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como uma das espécies que seriam extintas até 2050.

Na década de 80, a Ucuuba foi demasiadamente explorada por madeireiros para o seu uso na construção civil, mas atualmente a Natura busca reverter esse quadro com algumas iniciativas. Com o lançamento da nova linha Ekos, a empresa começou a desenvolver o Projeto de Conservação da Ucuuba para desvendar a diversidade genética da árvore e fiscalizar o trabalho de manejo de comunidades fornecedoras, garantindo o fornecimento das sementes aliado à conservação da espécie. O projeto foi bem-sucedido, identificando boa diversidade genética nas áreas fornecedoras e gerando um Manual de Boas Práticas de Manejo e Conservação de Ucuuba, além de ter sido capaz de mobilizar e sensibilizar as comunidades sobre o tema.

Cerca de 5 mil mudas foram produzidas e distribuídas nas comunidades visando a conservação “on farm”, ou seja, o plantio nas propriedades dos produtores, não apenas nos locais de origem da planta. Essa cadeia produtiva contribui para a conservação de 1,8 milhão de hectares da Amazônia, o que equivale a 1,8 milhão de campos de futebol. As comunidades também receberam capacitação realizada pela Natura, que recomendou aos ribeirinhos a coleta de apenas 50% dos frutos, para que o restante seja naturalmente semeado com o objetivo de conservar a espécie.

Estudos comprovaram que a safra anual de uma ucuubeira preservada gera uma renda três vezes maior para comunidades do que a exploração madeireira, pois a extração de sementes pode ser feita por dez anos, no mínimo, e rende, em média R$25,00 por planta ao ano, enquanto a derrubada das árvores ocorre apenas uma vez, rendendo entre R$10,00 a R$20,00 por árvore.

A Natura teve acesso ao conhecimento tradicional da Ucuuba através do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), que se tornou parceiro da empresa. As mulheres do MMIB passaram a ter uma nova fonte de renda através do fornecimento das sementes em uma região sustentada apenas pela pesca e o turismo. Os novos recursos resultaram na reforma da sede da associação, que agora conta com uma biblioteca, cursos de capacitação sobre manejo de solo e cultivo orgânico e a criação do projeto Vida e Companhia, que garante atendimento médico e atividades para população idosa local.

Iniciativas sustentáveis

A Natura é Carbono neutro desde 2007. Isso significa que a empresa compensa todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que não pode evitar. Ainda tem como meta a redução das emissões de CO2 em toda a cadeia produtiva e o Programa Natura Carbono Neutro, que realiza um mapeamento das emissões em toda a cadeia de valor para reduzir e neutralizar emissões de CO2. A empresa também faz parte da iniciativa Transform to Net Zero, que visa a transição para uma economia com zero emissões líquidas de carbono. Entre os anos 2007 e 2019, a Natura já reduziu 1,1 milhão de toneladas de CO2, o equivalente à poluição gerada por cerca de 193 mil voltas de carro ao redor da Terra.

A companhia é considerada uma empresa B Corp desde 2014, tendo sido a primeira da América Latina a conquistar essa certificação. Isso quer dizer que a Natura faz parte de uma rede global de empresas que acreditam que o crescimento econômico e o bem-estar social e ambiental devem andar lado a lado. Além disso, os produtos Ekos possuem certificação UEBT (União para o BioComércio Ético), que avalia e confirma a realização do comércio justo, o trabalho de conservação da biodiversidade brasileira e o relacionamento de confiança da empresa para com a comunidade. O selo foi criado pela ONU com o objetivo de incentivar o biocomércio ético e justo. A Natura também possui o certificado Leaping Bunny, concedido pela Cruelty Free International, que reconhece o compromisso da empresa com o fim dos testes em animais.

Em 1983, a Natura começou a utilizar refis, sendo a primeira marca de cosméticos a adotar essa medida, que atualmente evita o descarte diário de lixo equivalente à quantidade produzida por 4,7 milhões de pessoas. Na linha Ekos, os refis contribuem para que a emissão de 621 toneladas de carbono seja evitada e todas as embalagens plásticas são feitas de PET 100% reciclado. Recentemente, a empresa também lançou um programa de logística reversa, que permite a troca de cinco embalagens vazias por um novo produto nas lojas próprias da empresa. O objetivo é incentivar o descarte correto das embalagens e a reciclagem.

A Natura já reutiliza 925 toneladas de plástico reciclado por ano na produção de embalagens dos produtos da marca, evitando o que o equivalente a 31 milhões de garrafas PET de 1 litro virem lixo. A empresa também utiliza vidro reciclado em sua perfumaria desde 2015, evitando o descarte de 1,6 mil toneladas de vidro por ano. Já em 2018, a Natura começou a apoiar a iniciativa global New Plastics Economy, da Ellen MacArthur Foundation, que incentiva a prática da economia circular. Assim, assumiu o compromisso de eliminar embalagens plásticas desnecessárias até 2025 por meio de redesenho, inovação, novos modelos de entrega e reciclagem. Em 2019, a Natura conseguiu utilizar 2,4 mil toneladas de materiais reciclados nas embalagens de seus produtos, além de ter recuperado 10,5 mil toneladas de resíduos pós-consumo no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru graças ao Programa Natura Elos e mais de 142 mil ton de resíduos com o Programa Dê as mãos para o Futuro (ABIHPEC).