Mulher trans é assassinada a tiros no Jaraguá, Zona Norte de SP
Uma mulher trans foi assassinada a tiros na Avenida Amador Aguiar, localizada no Jaraguá, bairro da Zona Norte de São Paulo, na madrugada do último domingo (19).
Segundo o registro do caso, policiais militares foram chamados para atender uma ocorrência de disparos de arma de fogo e encontraram a vítima morta em uma trilha próxima à avenida.
Pessoas próximas a Maria Fernanda Hilton, de 32 anos, contaram ao g1 que ela se prostituía em um ponto no local. Ela era venezuelana e estava há cinco anos no Brasil, dois deles na região do Jaraguá.
A mulher levou três tiros, de acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil de SP: um no maxilar e dois na perna.
Conforme o relato de pessoas próximas à mulher trans, um cliente teria a abordado no local e ido embora depois de conversarem. Momentos depois, o homem voltou com uma arma e atirou em direção a Maria Fernanda.
Maria Fernanda não teria relatado ameaças a essas pessoas próximas antes de ser vítima do crime. Eles acreditam que ela foi vítima de feminicídio.
Os amigos, agora, tentam dinheiro para liberar o corpo do IML (Instituto Médico Legal) e levá-lo para Ciudad Bolívar, na Venezuela, sua terra natal. O valor ficaria próximo de R$ 20 mil. “Queremos pelo menos fazer o velório, enterrar ela, e estamos sem condições [financeiras]. Estamos procurando quem ajude”, conta um amigo, sob condição de anonimato.
Segundo os policiais, inicialmente eles não encontraram suspeitos do crime no local. Mais tarde, eles receberam a informação de que um homem havia pulado o muro de um condomínio depois do barulho dos tiros.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, administrada pelo secretário Guilherme Derrite no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o caso foi registrado como homicídio no 72º DP (Vila Penteado), responsável pela investigação.
De acordo com a SSP, um homem de 38 anos, suspeito de ter cometido o crime foi ouvido e liberado em seguida. Os policiais aprenderam com ele uma pistola calibre 9mm, guardada dentro de um guarda-roupa e cuja documentação estaria regularizada.
No relato, o homem preso declarou ter sido agredido pelos policiais militares durante a abordagem.
“A autoridade policial solicitou exames periciais ao Instituto de Criminalística e ao IML, cujos laudos serão analisados assim que forem finalizados”, diz a secretaria.
O registro policial aponta que não havia estojos (parte da bala que é lançada da arma após um disparo) próximos ao corpo de Maria Fernanda, o que contribuiria para fazer a perícia da arma usada no crime.
Do G1