Miss Brasil Gay fala da importância do título em sua vida

Genilson Coutinho,
08/11/2013 | 12h11

A noite do dia 1º de novembro de 2013, no palco do Teatro Salesiano, em Salvador, foi de emoção e glória para a candidata Rosana Mugler – nome artístico adotado em homenagem à cantora Rosana e ao estilista Thierry Mugler –, que este ano celebrou em grande estilo os 10 anos da conquista do título Miss Brasil Gay com um jantar no badalado hotel HITZ, em Barcelona, onde vive há 8 anos.

Através do Facebook, conversamos com Rosana que vem ao Brasil a cada 2 anos para aproveitar o verão e rever os amigos, além de relembrar a emoção e a conquista do título naquela noite. “Nossa, foi uma noite mágica, uma celebração entre os meus amigos e a presença da minha mãe na platéia, foi um momento mágico que está registrado até hoje em minha memória. O que ficou de bom foram as amizades conquistadas, o carinho das pessoas. Até hoje sou lembrada e ovacionada como eterna Miss Brasil. Viajei, aprendi, me poli e adotei a postura de miss para minha vida. Sempre fui apaixonada pelos concursos de beleza, sempre achei que a beleza tem que estar atrelada à inteligência”, conta ela.

“Sou formada em Sociologia pela Universidade Federal da Bahia, onde tive a oportunidade de ter mestres maravilhosos, como Gey Espinheira, Luiz Mott, Consuelo Ponde de Sena, Neuza Maria, Paulo Fabio Dantas, enfim, mestres que me ensinaram e abriram minha mete para diversas coisas. Sou grata a toda minha estrutura pedagógica, pois as portas para mim na Europa se abriram também por esse intermédio”, afirma.

Sobre as misses da atualidade, Rosana ressalta o compromisso e o envolvimento delas com a causa LGBT. “A miss gay hoje tem uma importância grande dentro do cenário LGBT, pois ela é a porta-voz de uma classe, deve aproveitar os holofotes e atrair a atenção para os problemas da crescente homofobia no país, ser mais atuante, participar ativamente dos problemas que englobam a classe”.

Rosana também faz um balanço dos concurso no Brasil e é taxativa ao afirmar:
“Não vou responder por outros certames de miss, pois cada um tem sua historia, suas prioridades, seus princípios e suas finalidades. Respondo pela integridade e conduta de um concurso com 20 anos de história na capital baiana, o MISS BRASIL GAY versão Nordeste, organizado pela maravilhosa Bagageryer Spilberg. Concurso que completa em 2013 dezenove anos de historia e por coincidência completo 10 anos de eterno reinado, pois uma vez Miss, sempre Miss.
“Como Miss Brasil, procuro sempre enaltecer a classe e principalmente os artistas transformistas, pois é uma arte muito difícil e cara de ser representada. A minha tarefa é sempre de difundir e mostrar a cultura LGBT de forma digna, mostrar para a sociedade que, independente de qualquer coisa, somos seres sociais, que somos capazes de tudo e que devemos ser respeitados”, completou.