Ministério da Saúde inicia mobilização nacional para testagem de sífilis, HIV e hepatites virais

Genilson Coutinho,
21/11/2012 | 01h11


Nestes dez dias que antecedem o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, o Ministério da Saúde vai intensificar a mobilização nacional para testagem de sífilis, HIV e hepatites virais (B e C). Quem desejar saber sua condição pode procurar as unidades da rede pública e os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) em todo o país. Nessas unidades também é possível tirar dúvidas sobre as formas de contaminação e o tratamento. “Uma das grandes prioridades do Ministério da Saúde é aumentar o acesso ao diagnóstico precoce em toda a rede de saúde. A campanha serve para alertar sobre a importância da mobilização, não apenas no dia de combate à aids”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante divulgação do boletim epidemiológico de aids, que aconteceu na manhã desta terça-feira (20), em Brasília.

O coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), Pedro Chequer, ressaltou a importância do programa Rede Cegonha para a ampliação da testagem no período pré-natal. “Este programa é um exemplo para o mundo, no ponto de vista de ação na redução da transmissão do HIV e da sífilis congênita”, ressaltou. Estudo do Ministério da saúde com parturientes indica que, em 2004, 63% das mulheres gestantes realizaram o teste. Entre 2010 e 2011, este índice foi para 84%.

O boletim epidemiológico também apresentou dados satisfatórios em relação aos pacientes que vivem com aids no Brasil. Cerca de 70% deles, que estão em terapia antirretroviral apresentam cargas virais indetectáveis. Ou seja, as pessoas que estão infectadas com o vírus e recebem os medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão vivendo cada vez mais. O documento mostra ainda uma queda de 12% no coeficiente de mortalidade padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes utilizando-se uma população padrão). A taxa de 6,3 óbitos para 100 mil habitantes em 2000 caiu para 5,6 em 2011.

Fique Sabendo – Com apenas uma gota de sangue colhida o resultado do teste rápido sai em 30 minutos. Com o diagnóstico em mãos a pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame, e em caso positivo ela é encaminhada para o serviço especializado.

“O diagnóstico precoce produz dois impactos positivos: o individual e o coletivo. Primeiro, é importante que o paciente saiba que está infectado, isso possibilita um tratamento eficaz e mais rápido, reduzindo os riscos e melhorando a qualidade de vida. Segundo, reduz a carga viral negativa. Viver com HIV não é simples, mas saber é muito melhor”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

Teste Rápido – Desde a sua implantação em 2005, foi registrado aumento de 340% no número de testes ofertados (de 528 mil, 2005, para 2,3 milhões, em 2011). De janeiro a setembro deste ano, já foram distribuídas 2,1 milhões de unidades do exame. A expectativa é fechar 2012 com a remessa de cerca de 2,9 milhões, apenas para detecção do HIV.

Para a Mobilização Nacional, o Ministério da Saúde enviou às capitais, 386.890 testes rápidos para HIV, 182.500 para sífilis, 93 mil para hepatite B e 93 mil para a C. No total, foram 755.390 unidades de insumos, conforme a solicitação de cada estado. Os testes rápidos para diagnóstico de HIV/aids, hepatites virais e sífilis estão disponíveis, gratuitamente, em toda a Rede Pública de Saúde.

“A política de acesso aos testes tem mostrado estar no caminho certo. Segundo Pesquisa de Comportamentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP), a realização de testagem de HIV passou de 20%, em 1998, para quase 40% na população adulta brasileira, em 2008”, observao diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco.

A realização do teste é recomendada para toda a população, especialmente para alguns grupos populacionais em situação de maior vulnerabilidade para a infecção pelo HIV, como homens que fazem sexo com homens (HSH) (54%), mulheres profissionais do sexo (65,1%) e usuários de drogas ilícitas (44,3%). Isso porque a epidemia no Brasil é concentrada e o país focaliza, prioritariamente, as ações de prevenção do governo federal nessas populações.com informações da Agência Saúde