Marcelo Serrado e seus medos

Genilson Coutinho,
08/01/2012 | 23h01

Quer dizer então que o ator Global Marcelo Serrado não quer que sua doce princesa de 7 anos veja a cena de um beijo gay? Realmente… Estar acordada para assitir novela, acompanhar as maldades e traições dos personagens, ver cenas de sexo cada vez mais elaboradas, entender um pouco mais sobre roubos e agressões é algo aceitavel, mas o beijo não! Esse é muito chocante.

Em entrevista a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo o ator afirmou que “Isso é algo que tem que ir quebrando aos poucos. Não quero que minha filha [Catarina, 7] esteja em casa vendo beijo gay às nove da noite [na TV]. Que passe às 23h30″.

O que mais me chama atenção nisso é que estamos falando de um ator, classe por muito tempo hostilizada e estereotipada. Estamos falando de um ator que convive “naturalmente” em sociedade experimentando toda a diversidade do mundo. Estamos falando de um pai que esconde de sua filha a realidade. E se ela desejar ver duas mulheres se beijando? E se um dia ela desejar dar esse beijo? Qual será seu comportamento Marcelo?

A principal atenção que devemos ter com nossas crianças é a de tornar natural a experiência do viver. Não precisamos transmitir naturalidade só quanto ao beijo entre pessoas do mesmo sexo, isso é natural! Temos que dar naturalidade ao corpo humano, as escolhas de caminhos, as possibilidades do viver, a iniciação sexual, as relações entre familiares. Precisamos tornar o ato de viver algo simples e tranquilo, sem amarras e sem medos, certos de que somos inerentemente todos diferentes.

Por

Rodrigo Almeida