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Lutador de MMA que é drag queen diz que quebrar unha postiça é pior que levar soco no rosto

Redação,
03/02/2021 | 14h02
Diego Garijo como drag queen e lutador de MMA Foto: Reprodução/Instagram(diegogarijo)

Drag queen e lutador de MMA Diego Garijo falou sobre suas duas paixões e revelou que quebrar uma unha de acrílico é pior do que levar um soco no rosto.

Garijo começou a lutar profissionalmente em 2006, depois de ter entrado ilegalmente nos EUA ainda criança e cumprido várias sentenças de prisão durante sua juventude.

“Depilação com cera é ruim, mas sabe o que é pior? Quebrar uma unha postiça. É um pesadelo. Já os socos no rosto não me incomodam. Eu aguento socos. Eu não sou um lutador muito técnico, mas eu realmente vou com tudo na luta. Eu simplesmente continuo, não importa quantas vezes eu seja atingido. Por causa disso, muitas vezes vou derrotar lutadores que são melhores do que eu”, disse.

Diego como Lola Foto: Reprodução/Instagram(diegogarijo)

Ele registrou sete vitórias no ringue antes de sofrer um descolamento de retina e ter que colocar o esporte em espera, mas em 2018 ele voltou com força total ao entrar na modalidade do boxe sem luvas. Não muito depois, entrou em cena a drag Lola Pistola, uma personalidade que ele vê como uma extensão natural da sua força criativa.

Garijo afirmou acreditar que as suas duas atividades podem funcionar bem juntas. Em entrevista à “VICE”, o atleta radicado na Califórnia (EUA), de 41 anos, disse que recebe “muito amor das pessoas da cena drag, bem como das comunidades trans e gays”. Ele ressaltou que o apoio não para por aí, como Lola também é amada por “grandes lutadores”.

Garijo revelou que começou a se interessar pelo mundo das drags quando ainda era criança, com uma foto dele aos 6 anos vestindo calcinha da mãe. Ele foi criado sem pai e diz que tinha dois primos gays, então “não foi exposto a muitos estereótipos masculinos tradicionais”.

“Talvez seja por isso que eu posso ser muito feminina. Acho que as pessoas se perguntam se eu sou gay, mas não entendem que feminilidade e preferência sexual são duas coisas completamente diferentes”, argumentou.

“Talvez eles também estejam escondendo um elemento de si mesmos que gostariam de revelar mais”, comentou.

Garijo entrou no hobby mais a sério depois de fazer um curso sobre inteligência emocional no qual os participantes foram instruídos a deixar suas zonas de conforto.

Depois de ser vítima de bullying quando criança, ele descobriu que a arte e a luta oferecem uma saída para o trauma. Tanto lutando quanto criando “uma personalidade da qual não tem vergonha”, ele sente que é capaz de “dar um passo para a frente no combate quando outros davam um passo para trás”.

*Com informações do Extra.