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Jovem morre após ser esfaqueado perto do Parque do Ibirapuera

Genilson Coutinho,
19/11/2014 | 10h11

A Polícia Civil vai investigar se o estudante Marcos Vinicius Macedo Souza, de 19 anos, foi vítima de um ataque homofóbico, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública. De acordo com a pasta, no entanto, outras hipóteses também estão sendo investigadas para esclarecer o crime.

Marcos foi assassinado a facadas na madrugada do último domingo (16), em frente ao Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. Até esta manhã, a polícia não sabia quem matou o jovem – seria um outro rapaz não  identificado, que fugiu. A faca também não havia sido encontrada.

A suspeita de que o crime tenha sido motivado por homofobia foi levantada por um amigo do rapaz morto, que também é gay, a policiais civis. De acordo com a secretaria, a delegada Roberta Guerra Maransaldi, titular do 36º Distrito Policial, no Paraíso, onde o caso é investigado, informou que apura essa denúncia feita pela testemunha.

Apesar disso, também estão sendo apuradas outras hipóteses, como reação a roubo, por exemplo. Câmeras de segurança no entorno do parque foram solicitadas pela polícia, mas elas não registraram o crime ou a fuga do assassino.

A capital paulista possui uma delegacia especializada para apurar crimes homofóbicos, mas, por enquanto, a investigação seguirá no 36º DP. Duas pessoas foram intimadas pela polícia para prestarem esclarecimentos _um amigo e um parente de Marcos.

‘Homofobia’

Em entrevista ao G1, esse amigo de Marcos reiterou o que afirma ter dito anteriormente a policiais: que o crime é de homofobia. “Não foi assalto. Eu tenho certeza que Marcos foi vítima de homofobia”, disse a testemunha, que pediu para não ter o nome divulgado nesta reportagem. “Quem o esfaqueou não levou seu celular e nem dinheiro”.

Segundo o amigo, ele, Marcos e mais quatro amigos, todos homossexuais, tinham ido a um ponto de encontro gay em frente ao portão 3 do Parque do Ibirapuera, na madrugada de domingo. “Tinham umas 20 pessoas no local, carrinhos de cachorro-quente e bebidas. É um ponto de encontro para o público GLS [Gays, Lésbicas e Travestis]”.

 

Quando o amigo e os outros quatro colegas decidiram comprar cigarro, Marcos falou que iria procurar um lugar para urinar. “Quando voltei com os outros amigos, não encontramos Marcos. Depois ouvimos uma pessoa gritar que um outro rapaz estava brigando com ele dentro do mato”, disse a testemunha. “Entramos e vimos Marcos caído entre as árvores, sangrando bastante”.

O amigo contou que retirou Marcos, com a ajuda de outras pessoas, de dentro do mato e pediu ajuda. Quando o resgate chegou, ele ainda estava vivo. Foi levado para o Pronto-Socorro do Hospital São Paulo, onde não resistiu aos ferimentos e morreu.

“O médico falou que ele levou duas facadas, sendo uma no peito, que cortou o coração ao meio”, disse o amigo, que não descarta a possibilidade de Marcos ter sido morto por outro gay. “Mas acho mais provável que tenha sido alguém com aversão a homossexuais mesmo”.

Segundo amigos de Marcos, ele não tinha inimigos e estava namorando um outro rapaz. Os pais do estudante, que são separados, sabiam da orientação sexual do filho. O corpo dele está sendo velado nesta manhã no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de São Paulo. O enterro está marcado para essa tarde.

Do G1