Jogo político dá toque de suspense no drama Tudo Pelo Poder

Genilson Coutinho,
24/12/2011 | 09h12

Tido por muitos como drama, o gênero cinematográfico do suspense político foi grandemente negligenciado pelas produtoras de cinema durante todos esses anos. Até agora. Isso porque, estreia nesta sexta-feira, 23, o filme que consegue redefinir e atualizar a natureza do gênero, levando ele para novos públicos e influenciando as próximas produções que abordarem a política com um jogo de influências.

O longa-metragem Tudo Pelo Poder mostra em seus primeiros minutos a beleza que é o jogo político. Stephen Myers, um jovem e ambicioso assistente de comunicações político, está à frente da campanha que tornará o governador Mike Morris o candidato à presidência dos Estados Unidos pelo partido democrático. Os atores que interpretam Stephen e Morris são Ryan Gosling e George Clooney, respectivamente. Eles atuam de forma fenomenal, expondo as diferentes faces dos personagens.

A primeira cena do filme acontece em um auditório vazio e dá vida à narrativa. Enquanto Stephen ensaia o discurso de Mike Morris, ele ironiza com a percepção política dos eleitores, que votam na argumentação em detrimento aos ideais lançados pelo candidato. Com uma atuação magistral, o governador faz o discurso pronto pelo seu assistente e ganha a simpatia do público, inclusive da audiência do cinema.

A partir desse acontecimento, a história se desenvolve e revela que o bastidor da política é um terreno perigoso, principalmente para as pessoas ligadas à campanha. Traição, manipulação e perda encontram-se entre a ambição do assistente de comunicação e a personalidade duvidosa do governador. O final do filme mostra que a pessoa que supostamente possui o controle da situação pode ser também a que tem mais a perder.

O filme consegue manter a tensão até o último instante e foge da previsibilidade tão comum às produção atuais. Tudo Pelo Poder traz um roteiro inteligentíssimo e um elenco seguro em seu papel de retratar as realidades do jogo político que acontece não só nos Estados Unidos, mas também em qualquer país que se considera democrático.

Por Bira Vidal

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