Investigação do assassinato de estudante da UFBA gera indignação na internet

Genilson Coutinho,
16/04/2013 | 09h04


O assassinato do estudante de produção Cultural da UFBA Itamar Sousa, na madrugada deste sábado (18), tem sido motivo de revolta e protestos nas redes socais e nos pontos de encontros da comunidade LGBT de Salvador, diante da violência e do posicionamento da policia, que descarta a possibilidade do crime ter tido motivação homofóbica. A agilidade com que as investigações foram concluídas causou estranhamento em amigos da vítima e militantes que se perguntam: por que em outros casos nunca foi tão rápido?
A negativa de crime homofóbico tem sido motivo de questionamentos de pessoas como do Jornalista Rafael dos Anjos, que postou na sua pagina no Facebook :
“ Esse da foto é a pessoa que contou a versão do sexo grupal. Olho para ele e vejo lucidez e verdade em seus olhos. O mais engraçado é o policial civil dizendo ao jornal: “está descartada qualquer hipótese de crime homofóbico”. OK! Eles vão ao Beco dos Artistas, reduto gay de Salvador, bebem com as vítimas, dois gays, saem de lá – para fazerem sexo no meio do Campo Grande, sendo que uma das vítimas não é assumida, casado e tem filhos – espancam os dois, deixam a bermuda de Itamar abaixo dos joelhos, jogam um paralelepípedo em sua cabeça, depois jogam o corpo dentro de uma fonte em praça pública e levam o grande motivo do roubo: um relógio barato, dois celulares baratos e R$ 1,80 para dividir entre 4 pessoas e o fato das vítimas serem gays NÃO TEM NENHUMA RELEVÂNCIA. Vamos culpar a vítima agora!”.
Na mesma rede social, o professor Sérgio Sobreira também se mostrou revoltado com a tentativa da policia de transformar a vítima em culpado, desabafando sua tristeza e revolta diante do caso:
“Inaceitável. Inadmissível. Vergonhoso. Tentarem fazer de Itamar Souza o culpado por sua própria morte? Bando de vermes ignorantes, nojentos. Como ousam julgar e condenar alguém que está morto e não pode se defender desse linchamento moral? Quem na vida nunca errou? Quem na vida anda em linha tão reta que é impecável? Vamos, atirem a primeira pedra! Quero só ver quem tem a coragem de vir a público e dizer: “posso julgar porque sou santo. Nunca pequei. Tenho a moral e o comportamento mais limpo e casto do mundo, sou Deus!”. Compaixão e piedade é muito mais adequado nessa hora. Vamos ter misericórdia, sobretudo das nossas próprias fraquezas, vícios e defeitos. Só assim saberemos olhar o outro sem julgar tão apressada e covardemente. Itamar, descanse em paz que aqui ainda estamos e estaremos em guerra”.