GGB quer mobilizar familiares no combate a homofobia
O Grupo Gay da Bahia (GGB) lança para a 11ª Parada Gay da Bahia campanha voltada aos familiares de LGBT que aproveitem o momento do evento para poder expressar o seu amor e carinho por familiares que são homossexuais. A idéia do GGB teve inspiração na ativista mãe de lésbica Valkiria Rosário de São Paulo. Ela conta que sempre ia a Parada Gay e todos perguntavam se ela era lésbica. Valkiria, teve uma inspiração, foi em uma farmácia e confeccionou um cartaz com a inscrição “ mãe de lésbica” em respeito e consideração a sua filha homossexual. Imediatamente as pessoas olhavam para ela e parabenizavam pela ação simpática da mulher em relação a sua filha.
Como ação de ativismo individual o GGB propõe todas as pessoas que na 11ª Parada Gay da Bahia no dia 9 de setembro próximo façam cartazes, camisetas, bonés, broches indicando parentesco com algum LGBT de sua família, um gesto pequeno, mas de grande carinho para com o ente familiar. “Isso fortalece a amizade, o afeto na família, frases com mãe de lésbica, pai de gay, irmão, tio, primo, filho são meios de expressar esse sentimento bom de amor” disse Marcelo Cerqueira esperando que as pessoas comprem a idéia e compareçam ostentando as mensagens que também podem ser postas em panos de janelas e outros meios.
A família por mais que esteja em processo de mudança ainda é um núcleo importante na formação do individuo e a partir das relações inspiradas por ela determinam o caráter e a relação dos seus entes com o mudo exterior, com a vida e o respeito aos demais indivíduos formadores da sociedade.
Muitas das vezes a intolerância familiar contra LGBT chega ao limite da brutalidade e da violência. O Grupo Gay da Bahia ao longo dos seus 32 anos de militância tem recebido os mais variados tipos de violência familiar contra os LGBT na Bahia e no Brasil. Jovens expulsos de casa, irmãos que agridem irmãs lésbicas, pais que deixam de se relacionar com filhos por descobrirem que são LGBT. R.S.D, 21 anos, estudante universitário passou por uma situação dessa a pouco menos de três meses. Expulso de sua casa por ter revelado ser gay ele foi obrigado a sair da casa de seus pais e morar com seus avós. Esta situação delicada deixou o rapaz em extrema vulnerabilidade social, exposto a partir da violência psicológica a doenças, marginalidade e a viver no submundo, se não fossem apoio dos avós, ainda mesmo sem saber o porquê, a situação seria mais drástica. Jovem, muito boa aparência física, desencantado com a sorte e com a vida, seria uma presa fácil para o aliciamento e vitima do comércio marginal da exploração sexual.
De acordo com o GGB homossexuais que possuem apoio familiar tornam-se seres humanos muito especiais, bons filhos, irmãos, colegas e profissionais dedicados no mundo do trabalho. Marcelo Cerqueira, presidente do GGB relata que sempre teve apoio familiar e durante sua juventude gozou de proteção e carinho de pais, tias, tios e dezenas de primos e primas que sempre o fortaleceu para lidar com essa sociedade adversa. “ Eu sei que o que sou hoje em partes tem o apoio de minha família que sempre me protegeu da homofobia social” disse o ativista.
Fonte: GGB