GGB promove dia de vacinação para hepatites virais no Pelourinho

Genilson Coutinho,
04/09/2011 | 02h09

O Grupo Gay da Bahia (GGB) em parceria com a Coordenação Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador promovem segunda-feira, dia 5 de setembro próximo um dia inteiro de vacinação para ás hepatites virais na sede da entidade no Pelourinho. A atividade é parte da mobilização da 10ª Parada Gay da Bahia que acontece domingo, dia 11 no centro da cidade. Também como ação de promoção a saúde a Coordenação vai colocar um posto para testagem rápida para HIV no Campo Grande no dia do evento, disponível para quem quiser fazer o teste do Fique Sabendo.

Profissionais do Programa Municipal estarão à disposição na sede da entidade no Pelourinho oferecendo gratuitamente a vacina para a hepatite B para a população LGBT e para outras pessoas que se mostrem interessadas em se vacinar e ficar livre dessa preocupação. A vacina para a hepatite B faz parte da oferta dos serviços públicos de saúde no Brasil, diferente da hepatite A que não faz parte do calendário de vacinação e a Hepatite C que ainda não tem vacina o que reforça a necessidade de um controle adequado da cadeia de transmissão no domicílio e na comunidade, bem como entre grupos vulneráveis, por meio de políticas de redução de danos.

Considerada uma epidemia silenciosa e um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. São doenças que nem sempre apresentam sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjôo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. De acordo com os serviços de saúde na Bahia, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda outros vírus que são o D e E mais raros no Brasil e freqüente na Ásia e na África.

Flávia Guimarães técnica da  Divisão de Vigilância Epidemiológica (Viep) alerta. “ A evolução das hepatites variam conforme o tipo de vírus” diz.  “Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite, não possuindo potencial para formas crônicas” continua. “Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo”, conclui a técnica. Ainda de acordo com Flávia Guimarães  por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.

Atualmente, existem vacinas para a prevenção das hepatites A e B. O Ministério da Saúde oferece vacina contra a hepatite B nos postos de saúde do SUS e contra a hepatite A nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Vacina contra a hepatite A

A vacina contra a hepatite A não faz parte do calendário nacional de vacinação. O encaminhamento, quando indicado, deverá ser feito pelo médico. No entanto, essa vacina está disponível no CRIE nas seguintes situações especificas.
Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia;
Portadores crônicos das hepatites B ou C;
Coagulopatias;
Crianças menores de 13 anos com HIV/aids;
Adultos com HIV/aids que sejam portadores das hepatites B ou C;
Doenças de depósito (doenças genéticas);
Fibrose cística;
Imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora;
Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes;
Transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;
Doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em programas de transplantes;

Vacina contra a hepatite B

A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança e do adolescente e está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é indicada para jovens até 24 anos, 11 meses e 29 dias (essa faixa será ampliada para até 29 anos em 2012). Além disso, todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida.

No caso de gestante se ela tiver hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde. A oferta dessa vacina estende-se, também, a outros grupos em situações de maior vulnerabilidade, independentemente da faixa etária, são eles.

Gestantes, após o primeiro trimestre de gestação;
Trabalhadores da saúde;
Portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST);
Bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários;
Carcereiros de delegacia e de penitenciárias;
Coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;
Comunicantes sexuais de portadores de hepatite B;
Doadores de sangue;
Homens e mulheres, homossexuais e heterossexuais com vida sexualmente ativa
Pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, entre outras);
Manicures, pedicuros e podólogos;
Potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos;
Profissionais do sexo masculino e femininos;
Usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas;
Caminhoneiros.

Serviço 
Vacinação para hepatite B
Sede do Grupo Gay da Bahia (GGB)
Rua Frei Vicente, 24 – Pelurinho
Das 9h ás 16h , segunda-feira 5 de setembro de 2011

Telefone de contato (71) 3322 2552

Foto: Reprodução