GGB e Atras repudiam violência contra travesti por homem no Bompreço

Genilson Coutinho,
18/02/2011 | 23h02

A travesti que prefere se identificar com o codinome de Amanda, 19 anos, natural de Aracaju, compareceu hoje a tarde na sede do Grupo Gay da Bahia (GGB) e Associação de Travestis (ATRAS) no Pelourinho, Centro de Salvador para esclarecer o episódio envolvendo um grupo de travestis no Supermercado Bompreço na Avenida Vasco da Gama nessa ultima segunda-feira, por volta das 4hs da manhã que culminou em discussão e briga onde a travesti sofreu diversos golpes e socos desferido por um desconhecido no interior da loja do Bompreço.

Segundo a vitima, teria sido um segurança da loja que gravou a briga e acabou sendo veiculada no Programa Na Mira da Televisão Aratu nos últimos dias. O GGB entrou em contato com o Programa para reascender o debate e aproveitar a oportunidade para combater o preconceito ainda muito expressivo contra travestis e homossexuais.

Ao Programa Na Mira Amanda disse que sempre quando sai do trabalho passa na loja que fica aberta 24hs para fazer lanches com as colegas travestis. Segundo ela esse é um procedimento que prefere fazer porque já conhece várias pessoas da loja e que lhes dão tratamento cordial. “Eu fui pegar um iogurte e quando passei, ele e mais dois amigos ficaram me olhando e dando piadinhas”, disse. “Continuei andando e ele me ameaçou sem nenhum motivo em me dar um soco na cara”, continua, “Ai ele começou a me agredir com socos, rasgou minha orelha, fiquei sangrando e ninguém fez nada. Todos pararam de braços cruzando vendo ele me bater, até eu não agüentar mais e cair no chão”, disse emocionada.

Amanda que aparenta ser uma pessoa instruida e de formação, inclusive doméstica ficou indignada com a indiferença de todos diante da agressão sofrida por ela, nem mesmo as colegas se envolveram na briga para prestar socorro e ajudar a ela se defender do homem que era infinitamente mais forte que ela que faz tratamento hormonal. A apresentadora Ana Alice do Na Mira tem desafiado todo tempo que o agressor seja homem e apareça no programa.

Populares relataram que seria a provocação por conta dos trajes sumários usados por elas. “Cada categoria profissional tem o seu uniforme, médico, enfermeira, bombeiro, elas usam roupas sedutoras porque estavam trabalhando também e merece respeito e tem o direito de usar-las, ainda mais uma hora daquela, 4hs da manhã”, disse Marcelo Cerqueira do GGB. As duas entidades prestaram a sua solidariedade a vitima. “Não é possível viver com tanto preconceito e os poderes públicos pouco fazem para diminuir” finalizou Mienla Passos. O Programa Na Mira vai ao ar pela TV Aratu diareamente a partir das 13hs.

Fonte: GGB

Foto: Reproduçao