Gays são doentes, mas não devem ser presos, diz presidente de Uganda

Genilson Coutinho,
21/01/2014 | 11h01

A lei aprovada pelo Congresso de Uganda, em dezembro passado, e que previa prisão perpétua para “homossexuais reincidentes” não deve entrar em vigor. Contrariando as projeções, o presidente do país, Yoweri Museveni, não vai assiná-la.

“Os homossexuais são pessoas doentes, você não pode matar uma pessoa doente. As pessoas que forem reconhecidas culpadas de práticas homossexuais não podem ser presas por toda a vida”, disse seu porta-voz Tamale Mirudi.

Mirudi afirmou que “o presidente não aprova a homossexualidade, mas ele acredita que essas pessoas têm o direito de existir”. Ativistas e organizações internacionais denunciaram que a lei aumentaria ainda mais a violência contra gays no país e pediam um boicote à nação africana.

O porta-voz do presidente, no entanto, disse que ele não recuou por causa de pressões internacionais. “Não é por causa de um suposto lobby. Ninguém influenciou o presidente. O que o presidente disse, é que não devemos perseguir os homossexuais. Isto é um ponto importante. Pode ser que a sociedade queira isso, mas eles não podem ser perseguidos por esta questão”, acrescentou.

“O presidente ressaltou que sempre existiu homossexuais na África e que eles nunca foram perseguidos. Mas não os autorizamos a se casar publicamente, ou organizar uma manifestação em Kampala”, concluiu o porta-voz.

Apesar de tudo, a atitude do presidente é bem-vinda e pode fazer com que os intolerantes do país – que parecem ser maioria – reflitam sobre isso e voltem, ao menos, ao estágio da tolerância, como em boa parte do mundo ocidental.